Caixas-pretas de avião que caiu em Vinhedo são encontradas – saiba como funcionam

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) iniciou a análise das caixas-pretas do avião ATR-72

Conforme noticiado pelo Olhar Digitalum avião caiu na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9). A Voepass Linhas Aéreas (antiga Passaredo), empresa dona da aeronave, informou que 58 passageiros e quatro tripulantes estavam a bordo – sem nenhum sobrevivente.

A aeronave ATR-72 decolou de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos (SP), por volta das 13h (horário de Brasília).

Destroços do avião que caiu um Vinhedo
Acidente com avião ATR-72, da Voepass, matou todos que estavam a bordo. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) já está de posse das duas caixas-pretas do veículo – um gravador de voz da cabine de pilotagem (CVR) e um gravador digital de dados de voo (FDR). Ambos os dispositivos estão em boas condições de recuperação.

No entanto, o prazo para determinar as circunstâncias que ocasionaram a queda, depende do grau de destruição dos gravadores. O Brigadeiro Marcelo Moreno afirmou, em entrevista coletiva, que essa análise será feira com a maior celeridade possível, “uma vez que ainda não há um prazo definido para a conclusão da investigação, já que cada caso possui suas particularidades e pode demandar diferentes tempos de análise”.

Caixa-preta é laranja e resistente à água

Apesar do nome, as caixas-pretas são, na verdade, laranja, para facilitar sua localização entre os destroços de acidentes. O termo “caixa-preta” pode ter origem nos primeiros modelos, que eram pintados dessa cor.

Esse dispositivo armazena áudios e informações do voo, como altitude, condições climáticas e velocidade, ajudando a esclarecer as causas de um incidente e a evitar ocorrências semelhantes no futuro.

Desenvolvida em 1953 por David Warren, do Laboratório de Pesquisa Aeronáutica da Austrália, a caixa-preta surgiu a partir da constatação de que as conversas na cabine durante situações de emergência poderiam auxiliar na prevenção de erros. Na década seguinte, o aparelho já era amplamente utilizado na aviação comercial.

Caixas-pretas, na verdade, são laranja, para facilitar a localização. Crédito: National Transportation Safety Board / Creative Commons

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Construídos para suportar condições extremas, como impactos violentos e altas temperaturas, esses equipamentos são fabricados com materiais altamente resistentes, como titânio, sendo capazes de suportar calor de até 1.100°C por pelo menos 30 minutos. 

As caixas-pretas são instaladas geralmente na parte traseira do avião, uma região menos suscetível a danos graves em caso de colisão, aumentando as chances de recuperação em boas condições. Esses dispositivos também funcionam debaixo d’água, emitindo sinais sonoros a profundidades de até 4.200 metros, com duração mínima de 30 dias.

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