Genética do girassol pode ajudar soja a driblar estiagem

Atualmente, as incertezas e variações climáticas estão cada vez mais claras e evidentes. Isso demonstra a vulnerabilidade das plantas aos mais variados tipos de estresse. 

Na agricultura, um deles é o hídrico. Ele acontece, por exemplo, quando as plantas demandam determinada quantidade de água, mas o solo não tem esse volume para suprir. A consequência desta ausência, pode, em casos leves, afetar o crescimento e reduzir a produção e, em casos extremos, levar até a morte da planta.

O gerente de produção de sementes da SLC, João Vanin, explica a importância do melhoramento genético. Para ele, existe uma necessidade cada vez maior de novas estratégias para esta seleção, adaptados aos mais diversos ambientes. “É importante entender quais os focos que o melhoramento genético trabalha. Até então, ele foi associado a produtividade,  defensividade, em  questões de doenças e pragas. De um tempo para cá, a pesquisa científica tem trabalhado muito a questão da seca ou tolerância ao déficit hídrico”, explicou o especialista.

Entenda a tecnologia

A tecnologia HB4 consiste em um gene oriundo do girassol e inserido em outras culturas de interesse econômico como: soja, milho e trigo. Assim, confere maior tolerância a períodos de seca, além de manter um alto teto produtivo,com resistência também a herbicidas.

“Durante períodos de estresse hídrico, por ser um mecanismo de defesa da planta, não ocorre nas variedades hoje presentes no mercado. Dessa forma, há a manutenção de produtividade, o que não ocorreria em períodos de seca e que não foi constatado em outros eventos de transgenia”, disse.

Assista a entrevista:https://www.youtube.com/embed/FZKzHjQztH4?feature=oembed

Vanin reforça que, com relação ao estresse hídrico, existem danos nas plantas que são reversíveis e irreversíveis. “A demanda hídrica da cultura de soja, por exemplo, requer de 2 a 9 mm no final para enchimento de grãos. Temos que trabalhar muito bem a época de cultivo, se analisarmos para uso genético”, explicou.

Além disso, o gerente reforça a necessidade de analisar a questão da transgenia associada a genética para favorecer uma melhor produtividade. “Estamos testando genética com a perspectiva de lançamento em 2023 e 2024, a Soja  HB4, que tem um hotbox que foi isolado do girassol e  introduzido nessa cultura. À medida que o ambiente vai ficando mais seco, a planta de soja tende a perceber melhor isto. Assim, a murcha  ocorre mais lentamente”, finalizou.

Assista o programa na íntegra:https://www.youtube.com/embed/prAed0YES1Q?feature=oembed