Durante as investigações, foram analisados quatro acordos firmados pela Cohab de Bauru junto a construtoras no âmbito de processos judiciais. Também foi feita uma análise inicial do patrimônio dos investigados relacionados à companhia.
“A partir daí, foi possível constatar a existência de diversas medidas suspeitas e prejudiciais à companhia”, diz a nota. “Adotadas repetidamente, elas demonstraram não se tratar de equívoco isolado, e sim de um padrão de atuação”. Entre as ações suspeitas o Gaeco destaca: dação de imóvel milionário em quitação de uma dívida que representava em torno de 10% do valor do bem; realização de acordos à revelia dos patronos contratados para a causa; pagamentos antecipados, feitos antes mesmo da formalização de acordos e sem comunicação do Juízo; omissão deliberada na compensação de dívida que duas das construtoras tinham com a Cohab.
“Foi apurado ainda que tais posturas administrativas se deram diante de um cenário econômico totalmente adverso para a Cohab de Bauru, cujos prejuízos acumulados e passivo descoberto crescem em larga escala anualmente, a ponto de haver contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas”. As buscas miravam a apreensão de aparelhos celulares, computadores, documentos e outros objetos que pudessem servir de prova ao objeto da investigação.
A operação foi deflagrada pelo Gaeco em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Militar. Em nota enviada ao UOL, a Cohab Bauru informou que os mandados apresentados pelo MP foram integralmente cumpridos. “Salientamos que a Cohab/Bauru é uma sociedade de economia mista com personalidade jurídica de direito privado, e que seus contratos sempre são celebrados dentro da legalidade, com a estrita observância das regras e leis vigentes”, disse. “A Cohab/Bauru irá colaborar com a investigação, fornecendo todos os meios de prova solicitados”.
O presidente da Cohab, Edson Gasparini Júnior solicitou afastamento do cargo devido às investigações. A Cohab informou que ainda hoje haverá uma assembleia extraordinária na qual o conselho decidirá sobre o futuro da diretoria atual. A reportagem tenta contato a defesa de Edson Gasparini Júnior.