Corrupção desvia R$ 200 bi, por ano, no Brasil, diz coordenador da Lava Jato

Procurador da República Deltan Dallagnol lançou campanha ’10 medidas contra corrupção’ em São Paulo.

Deltan Dallagnol, ao centro, participou de lançamento de medidas contra corrupção em São Paulo. Foto: Julia Affonso/Estadão

Deltan Dallagnol, ao centro, participou de lançamento de medidas contra corrupção em São Paulo. Foto: Julia Affonso/Estadão

Por Elizabeth Lopes e Julia Affonso

Num momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta aprovar um novo pacote de ajuste fiscal a fim de fechar o rombo em suas contas públicas, o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, disse que os recursos desviados em esquema de corrupção no Brasil desviam dos cofres públicos algo em torno de R$ 200 bilhões por ano.

Em exposição realizada na manhã desta terça-feira, 15, no lançamento das 10 medidas contra a corrupção, ele disse que em um ano de Lava Jato já foram denunciadas mais de 150 pessoas, fechados mais de 28 acordos de delação premiada e revertidos voluntariamente aos cofres públicos mais de R$ 1,5 bilhão. Segundo ele, as propinas pagas, que teriam sido desviadas dos cofres da Petrobras, somam mais de R$ 6,2 bilhões.

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Em sua exposição, Dallagnol lamentou o elevado índice de corrupção no País e o montante elevadíssimo de recursos desviados. “Isso (R$ 6,2 bi) é apenas a ponta do iceberg do que é desviado no Brasil, algo em torno de R$ 200 bilhões de reais, um valor tão alto que não dá pra imaginar o que se faz com tanto dinheiro, poderíamos triplicar os investimentos federais em saúde, educação, segurança.”

A Lava Jato começou com um quadro que evoluiu para a Petrobras e hoje está em outros órgãos públicos, como a Caixa, Angra Nuclear e ministérios, como o Planejamento, disse o procurador. “Hoje, o objeto do caso Lava Jato é a corrupção político partidário, com desvio de dinheiro para fins eleitorais e para engordar o bolso dos envolvidos.”