Terremoto e tsunami devastaram a ilha de Sulawesi na sexta-feira (28). Número de mortos é de 1.407; buscas por sobreviventes continuam.
Por G1
A atividade do Sotupan coincide com a do Anak Krakatau, localizado no estreito de Sunda, entre as ilhas de Sumatra e Java, que nas últimas semanas registrou dezenas de erupções.
Terremoto e tsunami
O porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB, sigla em indonésio), Sutopo Purwo Nugroho, afirmou que as autoridades acreditam que o número de vítimas do terremoto e do tsunami seguirá aumentando.
O número de feridos graves que estão hospitalizados subiu para 2.549 e o de desaparecidos chega a 113. Além disso, 70.821 pessoas estão em 141 abrigos e as autoridades já contabilizaram 65.733 casas destruídas.
Na sexta-feira (28), uma série de terremotos atingiram a ilha. O mais forte deles, de magnitude 7,5, foi seguido de um tsunami com ondas que chegaram a 6 metros de altura, que devastaram a costa.
A grande maioria das vítimas pertence a Palu, capital da província de Sulawesi e com uma população de aproximadamente 350 mil habitantes. O restante das vítimas é do distrito vizinho de Donggala e de partes de Sigi e Parigi Moutong.
‘Não sobrou nada’
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, visitou as áreas atingidas e afirmou que a ajuda começou a chegar. No entanto, a distribuição ainda é muito lenta e os moradores estão desesperados.
Johnny Lim, dono de um restaurante da cidade de Donggala, contou à Reuters por telefone que está sobrevivendo com uma alimentação à base de cocos.
“É uma cidade zumbi. Tudo foi destruído. Não sobrou nada. Estamos no limite. Não há comida nem água”, afirmou ele na ligação cheia de ruídos.
Ahmad Derajat, que teve a casa destruída pelo tsunami em outra parte de Donggala, contou que os sobreviventes estão procurando alimentos em campos e bosques.
“Neste momento estamos dependendo de fazendas e de dividir seja o que for que encontramos, como batatas doces ou bananas. Por que eles não estão enviando ajuda de helicóptero?”, indagou.
A agente de resgate Lian Gogali descreveu uma situação perigosa em Donggala, que inclui uma série de cidades pequenas e fora de contato ao longo de uma estrada costeira ao norte de Palu próximas do epicentro do terremoto.
“Todos estão desesperados por comida e água. Não há comida, água ou gasolina. O governo está ausente”, disse Gogali.
Escombros e carros destruídos em Petobo, Sulawesi — Foto: Cruz Vermelha da Indonésia / via Reuters Escombros e carros destruídos em Petobo, Sulawesi — Foto: Cruz Vermelha da Indonésia / via Reuters
Escombros e carros destruídos em Petobo, Sulawesi — Foto: Cruz Vermelha da Indonésia / via Reuters
Em alguns pontos em Palu, o solo ainda está muito instável. O excesso de água faz com que ele entre em um processo de “liquefação”, formando “ondas” que que destroem imóveis. Um vídeo divulgado pelo porta-voz da BNPB há alguns dias mostra moradores se deslocam em busca de local seguro.