ONU estima que 800 venezuelanos deixam o seu país e entram no Brasil por Roraima diariamente
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BRASIL CRISE
Areeleição do presidente Nicolás Maduro, nesse domingo (20), gerou indignação entre os imigrantes venezuelanos que estão vivendo em Roraima: “Viver nas ruas do Brasil é melhor do que ficar na minha própria casa lá na Venezuela”.
As eleições da Venezuela foram marcadas por denúncias de fraude, abstenção de 54% e não reconhecida pela oposição, além de grande parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil. Com o resultado, Maduro deve assumir um mandato de mais seis anos.
O venezuelano Julio Fuentes, de 29 anos, está vivendo nas ruas de Boa Vista há 20 dias e trabalhando como sucateiro. Ele contou em entrevista ao G1 que chegou ao Brasil de carona e a pé.
“Com Maduro no poder não temos perspectivas nenhuma. Quero um futuro para minha família e meus filhos. Viver nas ruas do Brasil é melhor do que ficar na minha própria casa lá na Venezuela”, contou Fuentes, que está juntando dinheiro para trazer a família.
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Um protesto contra as eleições da Venezuela tomou as ruas de Roraima nesse domingo (20). O estado teve um único posto de votação na capital, onde, segundo os imigrantes, só puderam votar aqueles que têm residência fixa no Brasil e se inscreveram previamente no consulado da Venezuela.
Beatriz Millan, de 37 anos, está em Roraima há quatro meses. Ela voltou para a Venezuela para buscar o namorado e afirma que a situação está cada vez pior.
“Em 3 meses a situação piorou, as coisas estão mais caras e o salário não dá pra comer. […] Faltam medicamentos e muitas crianças estão morrendo de fome. Muitos recorrem ao lixo para se alimentar”, disse ela ao site.
Segundo Beatriz, o resultado da eleição gera descrença. “Maduro diz que vai fazer uma Venezuela melhor, mas não acreditamos. Estamos desacreditados no governo, desacreditados na eleição e desacreditados que Maduro possa melhorar a Venezuela.”
A ONU estima que 800 venezuelanos deixam o seu país e entram no Brasil por Roraima todos os dias para fugir da crise econômica e política que se instaurou por lá. Só nos últimos três anos, quase 20 mil venezuelanos pediram refúgio no estado, sendo que quase 3 mil vieram nos primeiros dois meses deste ano.