As atenções seguem voltadas para a China, não só pelas negociações com os Estados Unidos, mas também por uma possível diminuição da demanda de soja, devido os casos de gripe suína.
Após uma semana bastante ruim para os preços no Brasil, a semana deve começar com nova pressão sobre os valores. Principalmente devido ao abate de porcos na China, devido a gripe suína. Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.
- Chicago mantém as atenções voltadas para os novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Sinais de demanda pela soja dos Estados Unidos e o clima sobre o cinturão produtor norte-americano também ficam em foco. Além disso, o mercado começa a analisar com maior atenção os problemas com o rebanho de suínos da China, que vem sofrendo grandes perdas diante do avanço da febre suína africana.
- A nova rodada de negociações entre representantes do alto escalão dos governos dos EUA e da China, que deverá ocorrer entre os últimos dias de abril e primeiros dias de maio, pode trazer novidades importantes após vários dias de “marasmo”. É possível que a data para o encontro dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping seja marcada, e que neste encontro o esperado acordo comercial seja assinado. Boatos indicam que este encontro ocorrerá ainda em maio, aproveitando uma visita já agendada do presidente americano ao continente asiático. Enquanto aguarda por novidades, Chicago deve continuar pressionado.
- O mercado também espera que novas compras de soja americana por parte da China sejam anunciadas, embora não haja indicações fortes de que isso irá ocorrer. Este fato, ocorrendo, pode trazer algum fôlego pontual no curto-prazo. Não ocorrendo, o mercado pode perder um pouco mais de terreno.
- O clima no cinturão produtor norte-americano continua não sendo favorável para a semeadura de milho. A tendência é que a umidade permaneça por mais alguns dias em boa parte dos estados, atrapalhando os trabalhos de plantio. Tal fato pode culminar em uma menor transferência de áreas de soja para o milho, elevando o potencial produtivo da nova safra da oleaginosa, sendo mais um fator negativo para Chicago. Apesar disso, se o panorama climático sobre o cinturão não for positivo após a semeadura da soja, o movimento poderá ser inverso, trazendo algum fôlego para os contratos futuros frente à possíveis perdas produtivas.
- O avanço da febre suína africana na China começa a chamar a atenção do mercado. O sacrifício de suínos cresce dia após dia, e há dúvidas sobre o tamanho do mesmo. Os players devem acompanhar de perto as notícias vinda do país asiático. A queda no rebanho chinês pode trazer um impacto negativo importante na demanda chinesa por soja em grão, impactando diretamente Chicago. Atenção a este fator. canalrural.uol.com.br