Varíola dos macacos não é considerada DST e adolescente com suspeita da doença segue isolado em MS

Com suspeita de varíola dos macacos, adolescente de 16 anos está internado na Santa Casa de Corumbá

varíola dos macacos

Primeiro caso de MS suspeito de varíola dos macacos é de adolescente de 16 anos (Foto: Reprodução)

Com caso suspeito em Mato Grosso do Sul, a varíola dos macacos é doença que deixa em alerta autoridades de saúde de todo o Brasil. Um dos principais centros de pesquisa biológica do país, o Instituto Butantan esclareceu que a Monkeypox não é considerada uma DST (Doença Sexualmente Transmissível).

Internado desde a segunda-feira (30) na Santa Casa de Corumbá, um adolescente boliviano de 16 anos é o primeiro caso suspeito do Estado. Conforme a SES-MS (Secretaria Estadual de Saúde), o adolescente tem lesões por todo o corpo, febre, ínguas e segue em isolamento.

O caso é monitorado pelo Cievs (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde), que já havia emitido alerta para a doença no Estado após caso suspeito na Bolívia.

Na tarde desta terça (31), a Santa Casa da cidade emitiu nota informando que após avaliação do corpo clínico do hospital, a unidade acredita ser “pouco provável a infecção pelo referido vírus”. Os médicos suspeitam que o adolescente possa ter Síndrome de Dress, reação adversa a medicamentos ou Psoríase Pustulosa.

Varíola dos macacos não é DST

De acordo com o Butantan, com base nas informações da OMS (Organização Mundial da Saúde), a contaminação pela doença já é cientificamente comprovada que ocorre através de contato com uma pessoa ou animal infectado. Esse contato, porém, não é restrito à relação sexual.

Homens, mulheres e crianças podem ser pacientes da varíola dos macacos, doença descoberta em 1958. De acordo com estudos anteriores, a transmissão entre humanos acontece pelo contato próximo de qualquer pessoa, independentemente do gênero, da idade e do contato sexual, com alguém infectado, principalmente com as lesões na pele, secreções respiratórias e vesiculares, assim como fômites (superfícies ou objetos contaminados), incluindo roupa de cama e toalhas.

Virologista do Butantan, Viviane Botosso esclarece que qualquer tipo de contato entre uma pessoa saudável e outra infectada é suficiente para que o vírus seja disseminado. “Basta um contato próximo com quem tem lesões na pele contendo o vírus ou secreções da pessoa infectada para se infectar. O vírus é bastante resistente, principalmente à dessecação [secura extrema]”.

Por fim, o instituto reforça que a varíola dos macacos nunca foi considerada uma DST.

Sintomas da varíola dos macacos e prevenção

Segundo as autoridades, o período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias e os sintomas costumam aparecer após 10 ou 14 dias. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores musculares, na cabeça e nas costas, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos gânglios linfáticos.

Em nota emitida na semana passada, o Ministério da Saúde afirma que o melhor método de prevenção para o contágio é reforçar a higiene das mãos e ter cuidado no manuseio de roupas de cama, toalhas e lençóis usados por pessoas infectadas.

Vale ressaltar que não há tratamento específico para a doença ou vacina contra o vírus, no entanto, a vacina padrão contra varíola também protege contra esse vírus. A varíola foi erradicada no mundo em 1980.

Nos Estados Unidos, último país fora do continente Africado a registrar surto da doença no início dos anos 2000, não houve nenhuma morte causada pela doença. Segundo especialistas, esse cenário revela que com assistência adequada, a doença, apesar de grave, pode não representar uma epidemia, como a causada por vírus respiratórios, como a Covid-19.

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