Odilon de Oliveira já admitiu, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que deverá disputar o Governo de MS (Foto: Correio do Estado/Bruno Henrique)
Edivaldo Bitencour – jornalista do blog O Jacaré
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região concedeu aposentadoria por tempo de contribuição ao juiz federal Odilon de Oliveira nesta quinta-feira. Mal pendurou a toga para entrar no jogo eleitoral de 2018, onde deverá disputar um cargo majoritário, o magistrado já é alvo de bombardeio e começa a ver os sinais de que na política não há escrúpulos.
Em nota, Oliveira destaca que foram 55 anos de trabalho, que começou como lavrador até os 17 anos de idade. Em seguida, ele foi professor, procurador federal, promotor de Justiça, juiz de Direito e até chegar a atual carreira de juiz federal, cargo ocupado nos últimos 30 anos.
A fama de linha dura com o crime organizado na fronteira – que o levou a fama nacional e sofrer ameaças de criminosos – garante ao juiz federal a musculatura para ser cotado para as eleições de 2018, como candidato a governador ou senador.
Graças às sentenças, que atingiu criminosos do porte do narcotraficante Fernandinho Beira-Mar, entre outros, ele passou a entrar na mira do crime organizado e vive sob escolta da Polícia Federal há 19 anos. O magistrado vai continuar com a proteção da corporação apesar da aposentadoria.
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) e o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da República, trabalham para lançar Odilon pelo partido como candidato a governador.
Sem falar de política, devido à restrição imposta ao cargo de juiz, ele já superou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em campanha ostensiva e aberta pela reeleição, na última pesquisa de opinião pública divulgada no início de agosto pelo Correio do Estado. Odilon pontuou 22,47%, contra 21,83% do tucano e empate técnico com o ex-governador André Puccinelli (PMDB), com 25,64%.
O favoritismo de Odilon não deve assustar os adversários, que devem recorrer ao tradicional jogo político: destruir reputação do adversário para ganhar o jogo.
Nesta quinta-feira, o Correio do Estado deu o primeiro sinal de como pretende ser a artilharia. Em longa matéria, o jornal mira o PDT, provável destino de Odilon.
“O PDT, no Mato Grosso do Sul, também tem fortíssimas ligações com a contravenção, o que poderia atrapalhar a filiação do magistrado”, atacou o jornal. Não foi especificada qual seria a contravenção.
É apenas a primeira flecha, disparada pelo principal jornal estadual, que tem entre os sócios, o empresário Antônio João Hugo Rodrigues, candidato a senador em 2014 na chapa de Azambuja. Ele ficou em quarto naquela disputa.
A reportagem de hoje revela que o Correio do Estado vai manter a fama de tentar influir nas eleições. Delcídio do Amaral, que voltou a ser amigo neste ano do empresário, que o diga. Ele perdeu a eleição para Reinaldo após ser alvo de ataques constantes do jornal na campanha eleitoral.
O ataque contra o PDT, por suposta ligação com a contravenção, só deverá ser o primeiro com a intenção de minar o prestígio do magistrado.
No PDT, Odilon teria liberdade para escolher o cargo. Em outros partidos, seria coadjuvante e ficaria a mercê dos caciques. Em entrevista, ele ainda não confirmou em qual partido deverá ser filiar para disputar as eleições.
A guerra será suja e deverá movimentar os bastidores, mesmo com a Policia Federal dando sinais de que vai estar de olho para identificar os responsáveis pelos ataques, calúnias e mentiras espalhadas nas redes sociais e nos aplicativos.
Odilon também já mostrou que tem consciência da importância das redes sociais ao intimar, neste ano, o corretor de imóveis e petista, Urias Rocha, para se retratar por não considerá-lo “santo”.
Atualmente, com tanta mentira e ataques, o eleitor sofre para ter discernimento para separar o joio do trigo.
E ainda falta um ano para as eleições.
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