Taxas de juros andam na contramão do dólar e fecham em baixa

O movimento de baixa foi considerado forte para um dia de alta do dólar e liquidez reduzida e surpreendeu alguns profissionais do mercado

Por Estadão Conteúdo

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O mercado futuro de juros ajustou toda a curva a termo para baixo nesta sexta-feira, 16, pós-feriado de Corpus Christi, na contramão do dólar, que voltou a se fortalecer ante o real. Mesmo com o noticiário bastante escasso, a queda das taxas ainda ganhou fôlego extra à tarde, com alguns contratos renovando mínimas em relação ao período da manhã. O movimento de baixa foi considerado forte para um dia de alta do dólar e liquidez reduzida e surpreendeu alguns profissionais do mercado.

No fechamento do horário regular de negociação, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 terminou com taxa de 9,105%, ante 9,165% do ajuste de quarta-feira e com 221.530 negócios. O vencimento de janeiro de 2019 projetou 9,09%, ante 9,20% (172.040 contratos). Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2021 terminou o dia em 10,10%, de 10,26% do ajuste anterior (147.715 contratos negociados).
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Dois fatores foram apontados como cruciais para o fechamento das taxas. Um deles foi o anúncio da redução de preços dos combustíveis, cujo potencial desinflacionário é bastante significativo. Nas refinarias, o preço da gasolina teve recuo de 2,3%, enquanto o diesel foi reduzido em 5,8%, dentro da nova política de reajustes da Petrobras, mais alinhada às oscilações da commodity no mercado internacional.

Outro fator apontado pelos analistas foi a entrevista exclusiva do Broadcast (serviço de notícias fechado em tempo real do Grupo Estado) com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Ele afirmou que o caminho de desinflação e de redução da Selic está dado e que a discussão hoje é sobre o ritmo de cortes e sobre a extensão do ciclo de flexibilização. “O que eu quero passar é que isso vai depender do desenvolvimento, tanto das reformas e dos ajustes quanto da inflação e da atividade”, disse.

“Um conjunto de fatores determinou a queda das taxas hoje, passando pelo cenário internacional mais tranquilo, pela redução dos preços dos combustíveis e também porque muitos traders viram um discurso mais ‘dovish’ do presidente do Banco Central na entrevista”, disse Luís Felipe Laudisio dos Santos, operador de renda fixa da Renascença Corretora.

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