Um dos efeitos mais singulares do aumento na expectativa de vida foi criar um estado de letargia social, com pessoas individualistas e omissas diante de um cenário cada vez mais difícil e complexo. Viver mais talvez tenha eliminado o senso de urgência em melhorar as coisas para justamente, viver com mais qualidade.
Não é por falta de consciência, afinal vemos pessoas reclamarem da crise em todos os lugares. Cidadãos indignados manifestam seu sentimento através de postagens nas redes sociais ou batem panelas em suas janelas enquanto piscam a luz de suas residências, tentando assim, demostrar que não estão contentes com o cenário.
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O mais inacreditável é perceber que essas mesmas pessoas sabem que esse tipo de atitude, não tem efeito nenhum sobre a realidade. Mesmo assim, se contentam a fazer apenas isso, como se “estivessem fazendo sua parte” no complexo jogo social.
Essa mediocridade de pensamento só facilita as coisas para quem, de fato, está fazendo algo – os políticos. O problema é que eles lutam entre si para preservar seus interesses pessoais, trocando acusações e fazendo coisas que possam melhorar sua posição no jogo e se possível, ainda destruam seu oponente. Agem como se não tivessem nada a ver com o problema, esquecendo que é justamente esse “jogo de poder” que paralisou completamente as instituições.
Acrescente a esse cenário, uma geração de jovens brilhantes, estimulados por uma abundância de informações na internet, absolutamente conectados e globalizados, mas que teimam em apenas reclamar sobre as dificuldades das coisas, criticando com argumentos bem fundamentados, todas as decisões tomadas. Agem como espectadores de um cenário que não se sentem responsáveis, pois não foram eles que criaram todos os problemas que estão ai.
A crise está se agravando a cada dia justamente porque só há reclamações e poucas atitudes.
Até quando iremos esperar para agir? Até quando permitiremos que os políticos paralisem as instituições? E principalmente, quando o jovem irá “entrar seriamente no jogo” e usar todo seu talento para efetivamente fazer algo que possa significar uma verdadeira ruptura?
São perguntas genuínas e que devem ser respondidas por cada um, mas quero deixar uma provocação especial para aqueles que são mais jovens.
Se você tem menos de 30 anos, certamente essa é a sua primeira crise e pode acreditar, ela é muito grave. Contudo, não é a maior crise que já experimentamos no Brasil. Isso significa que, se não houver rupturas, pode piorar muito ainda. Quem tem mais idade sabe disso.
Se você tem menos de 30 anos, sabe que não tem culpa pela crise. Entretanto, é justamente você que irá sentir os maiores efeitos negativos, principalmente porque ainda não é totalmente independente e suas possibilidades diminuem muito a cada ano que passa. Você já percebeu isso!
Se você tem menos de 30 anos também já sabe que tem, no mínimo, mais de 70 anos pela frente e viver em um cenário de crise só irá tornar sua vida mais difícil, pois irá depender somente de você. Toda ajuda que teve até agora não se repetirá daqui pra frente, pois até seus pais estão sofrendo com os efeitos da crise.
Se você tem menos de 30 anos, certamente pertence a mais brilhante geração de profissionais que o Brasil já teve, pois estudou mais e desenvolveu habilidades melhores. Tem mais energia, é mais rápido e tem muito mais informações e referências que qualquer outra geração de jovens.
Saiba então, que a crise só será superada por quem tiver atitude. Afinal, tudo que está aí, bom ou ruim, certo ou errado, foi feito pelos veteranos, que nas crises anteriores fizeram alguma coisa e eles só abrirão espaço para o jovem que estiver disposto a fazer algo mais do que reclamar.
Se você tem menos que 30 anos tenho um conselho, não espere que os veteranos consertem as coisas, tomem a frente e os superem com novas ideias e principalmente com atitude! EXAME
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