O secretário de Agricultura e Meio Ambiente em Sorriso, Afrânio Migliari, confirmou a publicação de decreto Estado de Emergência, expedido pela prefeitura, por conta da quebra na safra da soja no município campeão brasileiro em produção.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente em Sorriso, Afrânio Migliari, confirmou a publicação de decreto Estado de Emergência, expedido pela prefeitura, por conta da quebra na safra da soja no município campeão brasileiro em produção.
A decisão é por conta da situação anormal decorrente da irregularidade significativa na quantidade e na distribuição temporal e espacial das chuvas no território do município no período do plantio.
“Nós estamos trabalhando nisso desde novembro do ano passado quando o estresse climático estava no seu auge.
Estávamos acompanhados pela Defesa civil do estado, quando começamos olhar a diversidade que estava nas lavouras.
Muitas extremamente horríveis, secas, murchas, só que pra decretar o estado de emergência nós precisávamos de ter mais segurança, mais dados e o que nós fizemos, continuamos o trabalho de verificação em dezembro, pedimos laudos para os agrônomos e eles começaram a encaminhar pra nós os laudos com a quantidade de fazendas que estava com este estresse climático.
Paralelamente, buscamos outras informações e uma destas informações foi um documento da Embrapa, constatando que vem reduzindo o volume de águas no solo nos últimos três anos e no caso de dezembro de 2015 especificamente, ela reteve 0,3 mililitros de água no solo.
Então o solo estava totalmente estressado pela falta d’agua, calor intenso naquela época e fez que as plantas não reagissem”, explicou Migliari.
Em janeiro, uma estimativa do Sindicato Rural é que a quebra na produtividade chegaria a 30%. Sorriso plantou cerca de 620 mil hectares.
O secretário afirma ainda que o único motivo para fazer o decreto é para que “os produtores rurais possam renegociar as suas dívidas.
A maioria das fazendas que apresentou os laudos estão consolidadas para esta questão.
Quem não apresentou ainda, terá que apresentar, comprovando a situação para os bancos”, explicou, referindo-se a renegociação de prazos para bancar os empréstimos.
Sobre as perdas na economia, Afrânio afirma que não há como saber, agora, mas que em pouco tempo as pessoas começarão a sentir os efeitos de uma safra ruim.
“O reflexo disso vai ser daqui a três, quatro, até seis meses depois da colheita quando todos perceberão que a falta da colheita estará diminuindo a entrada de recursos no município, como por exemplo nos nossos restaurantes, bares, comércio local, venda de roupas, enfim, a todos.
Isso porque os empregados desses produtores muitos trabalham por comissão, e como não produziu bem, consequentemente vai ter menos dinheiro na praça.”
A agricultura familiar também já sofre as consequências. “Diminuiu muito a produção de leite pela falta de pasto e também na área de plantio de mandioca, porque não tinha água pra plantar, enfim, todos estão afetados”, finalizou Afrânio.
Ainda não há estimativa do percentual de quebra na safra em Sorriso. A colheita está em andamento.
Uma fonte infrmou que não é grande a quantidade de fazendeiros que conseguiu colher acima de 55 sacas/ha.
FONTE: Só Notícias