A semana começa com os preços recuando na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos da oleaginosa, por volta das 7h20 (horário de Brasília), perdiam entre 3 e 3,50 pontos, na sessão desta segunda-feira (14). Ainda assim, os contratos mais distantes seguiam atuando no patamar dos US$ 9,00 por bushel.
O mercado internacional parece devolver parte dos ganhos acumulados na última semana, em que os preços fecharam com altas de mais de 1%, ainda diante de algumas incertezas sobre o andamento da economia global e, principalmente, o andamento do dólar.
A moeda norte-americana e sua movimentação frente ao real, especificamente nesta segunda, devem ter um peso diferente sobre os negócios, uma vez que mais de 6 milhões de brasileiros foram às ruas neste domingo (13) para protestar contra o governo do PT. Será necessário acompanhar, portanto, como o dólar iniciará os negócios hoje e de que forma irá influenciar nos negócios na CBOT.
Além disso, o FMI (Fundo do Monetário Internacional), neste domingo, deu seu aval a políticas monetárias não convencionais a países emergentes, mesmo tendo suas economias sob alerta.
E o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz, também nesta segunda-feira, seu novo reporte semanal de embarques de grãos e os preços em Chicago também poderiam pesar sobre as cotações.
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Soja tem semana de volatilidade, fecha com boas altas na CBOT, mas pressionada no Brasil
O mercado da soja fecha, nesta sexta-feira (11), uma semana mais volátil do que as anteriores. Na Bolsa de Chicago, as cotações conseguiram registrar alguns ganhos significativos, enquanto no Brasil, a movimentação foi negativa e o balanço de baixas no interior do país e nos portos.
No foco dos negócios, além dos fundamentos já conhecidos pelos investidores e pelos produtores rurais, a crise política doméstica ganhou espaço, já que impactou primeiro e de forma bastante agressiva no câmbio. Com isso, as vendas no Brasil permaneceram quase que em suspensão diante de tantas incertezas. A postura atual do sojicultor é de cautela e observação e, para a maior parte dos analistas de mercado, é acertada para o presente momento.
Bolsa de Chicago
Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago encerraram a semana com ganhos de 1,89% a 2,015 nas posições mais negociadas. As altas levaram os fechamentos julho e agosto/16, portanto, a fecharem a sessão desta sexta-feira acima dos US$ 9,00, com US$ 9,01 e US$ 9,03 por bushel, respectivamente.
Segundo o analista de mercado da Agrosecurity, Fernando Pimentel, os fundos de investimento voltaram ao mercado comprando e reajustando suas posições, com as atenções voltadas à nova safra dos Estados Unidos e diante de uma conclusão da produção na América do Sul.
“Com isso, os fundos que estavam em posições vendidas, começam a reverter suas posições, fazendo o chamado ‘short-covering, recomprando seus contratos, começando a inverter, de vendido para comprado”, explica. “Vamos entrar em um período de especulações de safra americana”, completa.
No entanto, os analistas ainda não confirmam uma mudança definitiva para a direção das cotações no mercado futuro norte-americano. Apesar dessa reação mais expressiva dos fundos nos últimos dias – motivado ainda por um menor cenário de aversão ao risco e por uma baixa do dólar frente a uma cesta com as principais moedas – as incertezas trazidas pelo cenário financeiro global ainda inspira cautela.
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Dólar – Brasil x EUA
No Brasil, o dólar fechou a semana valendo R$ 3,5910, com o menor preço desde 28 de agosto do ano passado, e recundo 1,38% nesta sessão. Na semana, porém, a baixa acumulada da divisa é de 4,51%. A motivação para a queda acentuada? A possibilidade, cada vez mais próxima de uma mudança no governo federal.
“O mercado comprou com força a ideia de que o governo Dilma não dura muito mais”, resumiu o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T à agência de notícias Reuters.
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Se por um lado o recuo da moeda norte-americana sinaliza uma busca do mercado financeiro brasileiro por equilíbrio, de outro ela exerce severa pressão sobre os preços dos produtos brasileiros e, com a valorização do real, os torna menos atrativos para os importadores, favorecendo, principalmente, os norte-americanos.
Afinal, a soja dos EUA fica mais barata com um dólar mais barato, e atrai a demanda internacional, ainda como explicam analsitas. “O mercado (americano) da soja está ganhando a atenção dos compradores. Estamos ouvindo que os Estados Unidos estão se tornando mais competitivos no mercado da soja para a China”, disse o analsiya de grãos Dustin Johnson, da consultoria internacional EHedger LLC, em entrevista ao portal Agriculture.com.
Preços no Brasil
Reflexo desse cenário são os preços em reais, consequentemente, mais baixos. Nesta última semana, as principais praças de comercialização perderam de 0,79% a 3,80%, deixando para trás patamares importantes. No entanto, os produtores brasileiros já venderam cerca de 60% da safra 2015/16, aproveitando os bons momentos do dólar, e garantindo bons negócios. Para o volume restante, como orientam os analistas, escalonamento e planejamento.
Em Não-Me-Toque/RS, o preço da saca de soja foi de R$ 68,00 para R$ 65,50 e acumulou baixa de 3,68%; em Cascavel/PR, queda de 1,56% para R$ 63,00; em Sorriso/MT, o preço caiu 4,27% e fechou com R$ 56,00 por saca. A exceção, porém, ficou por conta das praças de Mato Grosso em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis. Na contramão das demais, os municípios encerraram com ganhos de, respectivamente, 3,64% e 3,70%, e valendo R$ 57,00 e R$ 56,00.
No porto de Paranaguá, tanto a soja disponível quanto aquela com embarques previsto para março/16 fecharam com estabilidade e preços na casa dos R$ 74,00 por saca. Já em Rio Grande, queda de 1,99% para R$ 74,00 e de 2,61% para R$ 74,50 por saca.
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