Apesar de positiva, margem deverá ser menor em relação às temporadas passadas
A lucratividade bruta para a maioria dos produtores brasileiros de soja ainda deverá ser positiva na safra 2018/19. É o que apontam os cálculos do analista de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Júnior, segundo o qual essa margem – apesar de positiva – deverá ser menor em relação às temporadas passadas.
“Temos uma sinalização mais conservadora na comparação com o ciclo anterior, devido ao cenário mais acomodado para os preços, aumento nos custos e dificuldade em se repetir o excepcional desempenho da produtividade alcançado nas temporadas 2016/17 e 2017/18”, explica França Júnior.
O especialista aponta as principais variáveis que podem interferir de forma mais intensa nas estimativas de lucratividade para a soja. Segundo o analista de grãos da Datagro, vão pesar mais o cenário climático para a América do Sul, o comportamento da economia mundial e seus impactos sobre o mercado financeiro e a demanda global em tempos de aumento do protecionismo.
Ele dá um destaque maior, porém, à conjuntura da economia brasileira e seus desdobramentos sobre a desvalorização do Real: “Especialmente a questão do câmbio, em razão, da instabilidade política pela necessidade de aprovação das reformas estruturais diante de um novo executivo federal e de um novo Congresso”, ressalta França Júnior.
O analista de grãos da Datagro destaca a lucratividade bruta para os produtores de soja da região oeste do Paraná: entre 18% e 22% sobre o custo total, e 39% e 41% sobre o custo operacional, para as duas hipóteses de cotação na Bolsa de Chicago (Cbot) (US$ 8.50 e US$ 9.50). Os cálculos consideraram como base uma produtividade média de 3.550 kg/ha.
Outra região sobressalente é o sudoeste de Goiás, com projeções indicando taxas de lucratividade entre 27% e 30% em relação ao custo total, e entre 38% a 41% sobre o custo operacional. Na região norte do Rio Grande do Sul, as taxas de lucratividade estão previstas entre 25% e 29% sobre o custo total de produção, e entre 46% e 48% para o custo operacional, considerando uma produtividade média de 3.200 kg/ha. Por sua vez, para a região sul do Mato Grosso do Sul, as taxas de lucratividade estimadas ficaram entre 20% e 24% sobre o custo total, e entre 37% a 40% sobre o custo operacional.
Fonte: Agrolink