Resultado consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro
Setor público tem déficit primário de R$ 25,135 bilhões em março
© Bruno Domingos/Reuters
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 7 HORAS POR ESTADAO CONTEUDO
ECONOMIA BALANÇO
O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 25,135 bilhões em março, informou nesta segunda-feira, 30, o Banco Central. Em fevereiro, havia sido registrado déficit de R$ 17,414 bilhões e, em março de 2017, déficit de R$ 11,047 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de R$ 28,445 bilhões a R$ 22 bilhões. A mediana estava negativa em R$ 24,800 bilhões.
O resultado fiscal de março foi composto por um déficit de R$ 25,531 bilhões do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 552 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 291 milhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 261 milhões. As empresas estatais registraram déficit primário de R$ 156 milhões.
+ Fique por dentro das mudanças na declaração de IRPF do próximo ano
De janeiro a março, o superávit primário do setor público consolidado ficou em R$ 4,391 bilhões, decorrente do saldo negativo de R$ 8,006 bilhões no governo central, do superávit de R$ 13,118 bilhões nos governos regionais e do resultado negativo de R$ 721 bilhões das estatais.
As contas do setor público acumulam déficit primário de R$ 108,389 bilhões em 12 meses até março, o equivalente a 1,64% do PIB. A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 161,3 bilhões para 2018.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em março pode ser atribuído ao rombo de R$ 112,285 bilhões do governo central (1,70% do PIB). Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram superávit de R$ 3,619 bilhões (0,05% do PIB) em 12 meses até março.
Enquanto os Estados registraram primário positivo de R$ 3,508 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 111 milhões em 12 meses até março. As empresas estatais registraram resultado positivo de R$ 277 milhões no período.
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou déficit nominal de R$ 57,631 bilhões em março. Em fevereiro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 45,806 bilhões e, em março de 2017, de R$ 54,349 bilhões também negativos.
No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 52,827 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo nominal negativo de R$ 4,187 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 617 milhões.
Em 12 meses até março, o déficit nominal do setor público correspondeu a 7,37% do PIB, com saldo negativo de R$ 487,927 bilhões.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 32,496 bilhões com juros em março, após essa despesa ter atingido R$ 28,393 bilhões em fevereiro.
O governo central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 27,296 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,739 bilhões e as empresas estatais, de R$ 460 milhões.
Em 12 meses, as despesas com juros passaram de R$ 390,344 bilhões em fevereiro para R$ 379,538 bilhões até março (5,73% do PIB).
Dívida
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 52,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em março, ante 52,0% em fevereiro. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,463 trilhões.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,984 trilhões, o que representa 75,3% do PIB. Este é o maior porcentual da série histórica, iniciada em dezembro de 2006. Em fevereiro, essa relação estava em 75,1%. No melhor momento da série histórica, em janeiro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.