Em entrevista ao Campo Grande News, deputada falou da escolha para comandar Ministério
Comandar o ministério da Agricultura do governo Bolsonaro, a deputada federal por Mato Grosso do Sul Tereza Cristina (DEM) disse em entrevista ao Campo Grande News que, especificamente para o Estado, uma das preocupações a serem levadas para a função é com as áreas de pastagens degradadas, que precisam de recuperação. O problema, lembrou, é antigo, e persiste apesar de diversas iniciativas já lançadas, atingindo mais 2 milhões de hectares de áreas já danificadas e pelo menos outros 2 milhões de hectares de terras em processo de degradação.
“Eu tenho uma grande preocupação com esse tema e certamente será um dos que vamos levar para a atuação no Ministério, que é bastante ampla”, citou Tereza Cristina na entrevista. O xis dessa questão, comentou, é a falta de recursos para recuperar essas terras, onde já não é possível mais produzir, e esse deve ser um dos temas tratados no Ministério, além do incentivo à produção e a manutenção de ações já desenvolvidas pela pasta, entre elas o cuidado com a sanidade animal e vegetal.
A futura ministra lembrou que na região de Três Lagoas, a solução encontrada foi mudar totalmente a matriz produtiva, trocando as pastagens deterioradas, onde a pecuária já não encontrava espaço para se desenvolver, pelo plantio de eucaliptos. Iniciado na década de 1990, o projeto levou duas décadas para se consolidar, mas transformou a região na maior produtora de celulose do País, com a instalação de gigantes como a Fibria e a Eldorado Celulose.
Disputa por terras – Falando sobre os temas envolvendo Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina disse que em relação aos conflitos por terras, que “atrapalham todo mundo”, o assunto também deve ser tratado, mesmo não sendo atribuição direta do Ministério.
Para ela, em conjunto com as áreas que tratam da questão, como o Ministério da Justiça, é preciso encontrar soluções para equacionar as eternas disputas por terras com as populações indígenas. “Existem leis em apreciação e eu tenho um entendimento pessoal de que precisamos achar um caminho para que andem mais rápido”.
Em geral, as leis tratam de possibilidade de donos de áreas disputadas recebam por elas. Além disso, afirma a deputada, os processo muitas vezes acabam em litígio, gerando processos longos, “em que perde o produtor, perde o índio”.
Reunião – Tereza Cristina conversou com a reportagem do Campo Grande News depois de reunir-se com o presidente eleito, em Brasília. Indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária, da qual é presidente, ela disse que foi uma conversa rápida e ficou acertada uma nova, para a próxima semana, quando vai discutir com Bolsonaro “a cara que o Ministério deve ter”.
Meio ambiente – A deputada comentou que, embora ainda não tenha sido batido o martelo, a área de meio ambiente deve mesmo ficar separada da Agricultura. Admitiu ter ficado preocupada quando foi anunciado que as duas áreas estariam juntas e disse que, na hipótese de isso se confirmar, talvez ela “nem fosse o perfil ideal” para comandar a pasta.
Nomes – A parlamentar comentou que já tem uma sala para trabalhar na equipe de transição, com duas pessoas já destacadas para o auxílio. Indagada se vai levar algum assessor de Mato Grosso do Sul, disse que ainda é cedo para isso. “Fui indicada ontem”, citou.
Câmara- Sobre o pedido de licenciamento da Câmara, que vai abrir vaga para Geraldo Resende, disse que só deve ocorrer no fim do recesso. Por enquanto, afirma, segue trabalhando, participando de votações importantes como o orçamento federal. “Só vai aumentar um pouco mais o trabalho”.
Mesmo com o dia cheio ontem, Tereza Cristina distribuiu vídeo nas redes sociais agradecendo pelas manifestações em apoio à escolha como ministra. “Quero agradecer trabalhando por Mato Grosso do Sul”, afirmou na entrevista.
Fonte: Campo Grandenews