Demanda aquecida pode sustentar os preços, mas não aumentá-los
As cotações da soja tiveram nesta quarta-feira (02.05) um dia de comportamentos mistos no mercado físico brasileiro, influenciadas em parte pela alta do Dólar (1,30%), e parcialmente pela queda da Bolsa de Chicago (0,88%). De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, em média os preços subiram 0,58% nos portos e desceram 0,10% no interior do País (índices do Cepea).
Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, num dia pós-feriado (e de fortes oscilações de um dos seus fatores) os agricultores aproveitam para vender ou fixar preço: “Compradores idem, principalmente se já estão comprados (long) a curto prazo. Foi ocaso de hoje. Dólar subiu 1,30%, Chicago caiu 0,88%”.
Segundo ele, um dos principais de peso no momento é o Dólar, que oscilou fortemente ao sabor da possibilidade de novas elevações de juros nos Estados Unidos e das incertezas políticas no Brasil. A queda da soja e do farelo, que está puxando a soja no momento, são sinais de que a alta do grão não foi consolidada.
“Com as posições preenchidas a curto prazo, os compradores só aceitam novos negócios para junho em diante. Os horizontes de Chicago para frente são mais negativos que positivos, a partir do clima favorável, que poderá aumentar a área plantada e da (re)conciliação entre EUA e China, permitindo a continuação do fluxo de compra/venda entre eles, sem nenhum gravame”, comenta Pacheco.
“As exportações brasileiras de soja estão em ritmo acelerado: apesar de o total de 10,26 milhões de toneladas (MT) estar levemente abaixo do mesmo mês do ano passado (10,43MT), o total da temporada está um pouco acima (31,0MT, contra 30,6MT). Isto significa uma demanda maior, que pode sustentar os preços, mas não aumentá-los. Por isso nossa recomendação continua sendo a de venda imediata, para aproveitar as boas lucratividades, enquanto ainda estiverem disponíveis”.
Fonte: Agrolink