É o que revela um estudo realizado no Reino Unido pela GenesisCare e pela Prostate Cancer Research, que envolveu dois mil adultos
Dados do estudo mostram que mais de três quartos dos homens (76%) desconhecem todos os sinais potenciais de um câncer da próstata, com um quarto (25%) a não conseguirem apontar quaisquer sintomas.
“Há uma significativa falta de conhecimento acerca da próstata e sobre as suas doenças, o que pode levar a um atraso na obtenção de ajuda”, alerta José Sanches de Magalhães, fundador e diretor do Instituto de Terapia Focal da Próstata e médico no IPO de Portugal. Destaca que “os homens devem preocupar-se ativamente com a sua saúde” e, “se tiverem alguma suspeita ou necessitarem de informação, podem e devem consultar o seu urologista”.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, os homens que abordam o tópico com amigos ou familiares são quatro vezes mais propensos a reconhecer os sintomas (31% vs. 8%) e têm duas vezes mais probabilidade de receber um diagnóstico precoce de cancro (83% vs. 43%). As barreiras mais comuns que impedem os homens de abordar o tema são o constrangimento, devido à natureza dos sintomas (46%), e não quererem que as pessoas se preocupem com eles (16%).
Um terço (34%) dos homens que receberam um diagnóstico de câncer da próstata admitiu que foi o parceiro quem deu o alarme. Outros 35% afirmaram que foi o parceiro quem os convenceu a ir ao médico. Apesar de 86% dos homens estarem cientes de que um diagnóstico precoce pode salvar vidas, 36% demoraram a procurar aconselhamento. Na verdade, mais de um terço (39%) dos homens que receberam um diagnóstico de cancro da próstata disse que foi preciso ver alguém que conheciam ser diagnosticado, para decidir consultar um médico.
Recorde-se que, segundo a American Cancer Society, cerca de um em cada oito homens será diagnosticado com câncer de próstata, ao longo da sua vida. A idade média dos homens no momento do diagnóstico ronda os 66 anos e cerca de seis em cada 10 casos diagnosticados ocorrem em homens com 65 anos ou mais.
Apesar de ser raro em homens com menos de 40 anos e de a sua deteção precoce aumentar significativamente a probabilidade de sobrevivência, o cancro da próstata é ainda assim a segunda principal causa de morte por cancro em homens norte-americanos, apenas atrás do cancro do pulmão.
“A medição anual do PSA e a palpação prostática através do toque retal devem ser feitas anualmente, entre os 55 e os 70 anos. Nos homens com risco elevado, nomeadamente com história familiar de cancro da próstata, o rastreio deve ser iniciado dez anos mais cedo, aos 45 anos”, indica Sanches Magalhães.
De uma forma geral, os homens (assim como as mulheres) devem estar vigilantes em relação a eventuais alterações no seu corpo, principalmente em relação aos seguintes sintomas:
- Espessamento, massa ou ‘uma elevação’ na mama ou em qualquer outra parte do corpo;
- Aparecimento de um sinal novo ou alteração num sinal já existente;
- Ferida que não cicatriza;
- Rouquidão ou tosse que não desaparece;
- Alterações relevantes na rotina intestinal ou da bexiga;
- Desconforto depois de comer;
- Dificuldade em engolir;
- Aumento ou perda de peso sem motivo aparente;
- Hemorragia ou qualquer secreção anormal;
- Sensação de fraqueza ou extremo cansaço.