Pode chegar a quase dois mil o número de bovinos mortos em Mato Grosso do Sul, especialmente na região Sul, fronteira com o Paraguai, onde o frio intenso já dura cerca de quatro dias. A estimativa é do presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Jesus Camacho.
Até ontem à tarde, os produtores rurais contavam quase mil bovinos que morreram só em Caarapó, que possui ao todo 130 mil cabeças de gado. O prejuízo dos produtores rurais pode passar de R$ 1 milhão.
Até sábado os produtores do município contavam pelo menos 600 cabeças de gado mortos no município, mas na manhã de domingo, apareceram mais reses que não suportaram as baixas temperaturas, que podem ter chegado a 3 graus na madrugada, mas com sensação térmica de 2 graus negativos.
Segundo Jesus Camacho as mortes se estendem em centenas de fazendas de vários municípios da fronteira, como em Antônio João e Ponta Porã. Maioria do gado morto é da raça Nelore, com idade entre sete meses a 1,5 ano de idade. “Maioria é gado novo, não tem resistência ao frio rigoroso e a queda brusca de temperatura que ocorreu em MS, foi fatal”, disse Camacho, lembrando que “o gado também não tem onde se abrigar por ser regiões descampadas”. Para proteger o gado do frio, produtores estão transferindo as reses para barracões ou locais ontem existam matas.
A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) orientou os proprietários rurais a enterrarem os animais em lugares altos e longe de nascentes. Ontem muitos produtores passaram o dia cavando valas para enterrar os animais mortos.
Os técnicos da Iagro acreditam que os animais podem ter ficado vulneráveis e uma bactéria qualquer pode, nestas ocasiões, literalmente tomar conta de todo corpo do bovino, causando a hipotermia. Dourrados agora.