Putin diz que agora há oportunidade real para fim da guerra na Síria
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (22) que os jihadistas na Síria receberam um golpe decisivo e que agora se abre uma oportunidade real de a guerra no país chegar a um fim.
“Efetivamente, foi dado um golpe decisivo contra os jihadistas e surgiu uma oportunidade real de pôr fim a muitos anos de guerra civil”, afirmou Putin, ao inauguar na cidade de Sochi uma cúpula com os presidentes de Turquia e Irã, Recep Tayyip Erdogan e Hassan Rohani, respectivamente, para impulsionar um processo de paz na Síria.
O chefe do Kremlin acrescentou que agora é possível “constatar com segurança que entramos em uma nova etapa, que abre a possibilidade de abordar um processo de regulação política”, no início de seu discurso transmitido pela televisão russa.
Putin ressaltou que a esta situação se deu graças à estreita cooperação dos três países no processo de Astana, que permitiu adotar há um ano o cessar-fogo entre o regime sírio de Bashar al Assad e os grupos armados da oposição, respaldada pela Turquia.
“Quero destacar o papel desempenhado pelo presidente da Turquia e o presidente do Irã. Sem sua postura, o processo de Astana não existiria. Não haveria cessação de hostilidades, nem cessar-fogo, nem zonas de redução de tensões”, ressaltou.
Ao mesmo tempo, o anfitrião da cúpula trilateral convidou Erdogan e Rohani a tomarem decisões transcendentais na reunião de hoje para impulsionar um novo processo de paz para a Síria e estabelecer um ambicioso programa de reconstrução do país após mais de seis anos de conflito armado.
“Tenho certeza que hoje tomaremos decisões cruciais”, disse, por sua vez, o presidente turco.
Putin propôs debater durante a cúpula os aspectos organizativos do chamado Congresso dos povos da Síria, um novo formato de negociações que o chefe do Kremlin quer convocar em Sochi.
“Proponho discutir hoje os parâmetros desse fórum. O povo sírio deve decidir por si próprio o seu futuro, pactuar os princípios da sua ordem constitucional. O processo de reformas não será fácil e exigirá compromissos e concessões de todas as partes, inclusive o governo da Síria”, disse.