Produção teria diminuído 1% como resultado de uma redução nas áreas plantadas
De acordo com a FAO, a produção mundial em 2018 foi de 774,3 Mt de arroz em casca (514,1 Mt de arroz beneficiado), um aumento de 1,6% em relação a 2017. Este aumento é devido a melhores condições climáticas no hemisfério norte e a preços mais atrativos. Na Ásia, as colheitas começaram a chegar ao mercado e se anunciam abundantes, especialmente na Índia, onde a produção foi recorde, alta de 3% graças a boas chuvas e à revalorização dos preços mínimos. Em contraste, na China, a produção teria diminuído 1% como resultado de uma redução nas áreas plantadas.
Na África, as colheitas teriam aumentado 3,7%, especialmente no leste e sudeste do continente, na Tanzânia e em Madagascar. Nas regiões ocidentais da África, a produção também avançou 2,8% graças aos programas de incentivo à cultura do arroz.
Em contraste, no Egito, a produção teria diminuído 22% devido a uma redução drástica nas áreas plantadas, visando economizar recursos hídricos. Na América do Norte, a produção recuperou 22%, voltando aos níveis normais graças a preços mais atrativos. No restante do continente americano, as colheitas diminuíram devido à redução de 6% na produção do Mercosul, especialmente no Brasil. As perspectivas para 2019 se anunciam fracas, com uma nova redução das áreas de arroz no Mercosul.
Comércio mundial
Em 2018, o comércio mundial teria enfim marcado um aumento de 1%, atingindo um nível recorde de 48,6 milhões de toneladas, contra 48,1 Mt em 2017. O mercado foi bastante ativo durante grande parte do ano graças à demanda do Sudeste Asiático, especialmente na Indonésia e nas Filipinas. Em contraste, a demanda por importações no sul da Ásia teve um declínio drástico, especialmente em Bangladesh. No resto do mundo, as importações permaneceram estáveis graças a uma melhor disponibilidade interna. Do lado da oferta, as exportações foram globalmente satisfatórias, exceto na Índia, onde as vendas externas caíram 2,5% em relação ao recorde de 2017.
Em 2019, as primeiras projeções indicam um declínio no comércio mundial de arroz para 47,3 Mt. Os estoques mundiais de arroz no final de 2018 aumentaram 2,7% para 172,6 Mt, contra 168,1 Mt em 2017, atingindo o nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se um novo aumento de 2,9% para 177,5 Mt, equivalente a um terço do consumo mundial. Este novo aumento é devido à reconstituição de reservas chinesas e indianas, assim como na Indonésia e nas Filipinas. Globalmente, os estoques dos principais países exportadores em 2018 atingiram seu nível mais baixo desde 2010, com 33,2 Mt, mas espera-se uma recuperação em 2019 para 36 Mt, equivalente a 20% das reservas mundiais.
Na Índia, os preços de exportação permaneceram estáveis. A produção em 2018 atingiu um nível recorde de 115,3 Mt (arroz beneficiado) e as disponibilidades exportáveis são abundantes, o que deve enfraquecer os preços de exportação, pelo menos durante o primeiro semestre do ano. As exportações em 2018 cairam 2,5% para 11,84 Mt, contra 12,2 Mt em 2017. Bangladesh foi seu principal cliente com cerca de 1 Mt exportado em 2018, seguido pelo Senegal (825.000 t), Nepal (655.000 t) e Benim (600.000 t). Em janeiro, o arroz indiano 5% faturaram US $ 373/t FOB contra $ 371 em dezembro. O arroz indiano 25% permaneceu inalterado em $ 330. No início de fevereiro, os preços permaneciam estáveis.
Na Tailândia, os preços de exportação foram liberados em 1,5%, devido à valorização do bath, de 3% em relação ao dólar. Desde o início do ano, as vendas externas estão progredindo lentamente. Em 2018, as exportações tailandesas ficaram em 11,09 Mt contra 11,62 Mt em 2017, queda de 4,6%. Benin foi o principal cliente com 1 6 Mt exportado em 2018; deste volume, 80% foi destinado ao mercado nigeriano. Filipinas e China completam o pódio com 1 Mt cada. O preço do arroz Tai 100% B foi de $ 398/t contra $ 392 em dezembro. O Tai pré-cozido também progrediu para $ 394 contra $ 387. O arroz quebrado A1 Super marcou $ 358 contra $ 352. No início de fevereiro, os preços tendiam a cair.
No Vietnã, os preços do arroz caíram 9% devido à forte concorrência com a Tailândia, e também devido às limitações das importações chinesas de arroz vietnamita e às perspectivas de uma boa safra de inverno-primavera. Durante os últimos três meses, os preços vietnamitas diminuíram 18% e agora são os mais competitivos do mercado, depois de terem marcado os níveis mais altos durante o ano de 2018. As exportações progrediram 5%, atingindo 6,15 Mt contra 5,86 Mt em 2017. O Viet 5% caiu para $ 358/t contra $ 392 em dezembro. O Viet 25% também caiu para $ 348 contra $ 377. No início de fevereiro, os preços continuavam fracos.
No Paquistão, os preços do arroz ficaram relativamente estáveis no início do ano, marcando, no entanto, uma queda significativa de 4% nas duas últimas semanas do mês. Em 2018, as exportações aumentaram 9% para 4 Mt e devem permanecer estáveis em 2019. O Paquistão espera diversificar seus mercados na China, na África subsaariana e no sudeste da Ásia. Mas por enquanto, esses destinos demoram para fechar novos contratos. Em janeiro, o Pak 25% foi cotado a $ 325/t contra $ 327 em dezembro. No início de fevereiro, os preços tendiam a cair.
Nos Estados Unidos, os preços de exportação aumentaram 1% graças à demanda ativa dos países da América Central, apesar da forte concorrência dos países exportadores do Mercosul. Em 2018, as exportações dos EUA teriam atingido 3,2 Mt contra 3,3 Mt em 2017. O México era o principal cliente, com 26% das vendas externas, seguido pelo Haiti (15%) e pelo Japão (12%). O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de $ 530/t contra $ 525 em dezembro. No início de fevereiro, os preços permaneceram estáveis. Na Bolsa de Futuros de Chicago, os preços futuros do arroz em casca ficaram estáveis a $ 234/t. No inicio de fevereiro, os preços futuros marcaram um ligeiro aumento, para $ 235.
No Mercosul, os preços de exportação caíram levemente em um mercado pouco ativo no começo do ano. Em 2018, as exportações brasileiras cresceram 108% atingindo um volume recorde de 1,23 Mt (base arroz beneficiado) contra 592.000 t em 2017. Na Argentina, as exportações também avançaram, marcando um avanço de 10% em relação a 2017. Em contraste, as vendas externas do Uruguai recuaram 20% para 800.000 t, contra 1 Mt em 2017. As perspectivas para a nova safra 2018/2019 indica um possível declínio das superfícies semeadas devido à falta de competitividade em relação à soja.
O preço indicativo do arroz irrigado brasileiro subiu 4% para $ 222/t contra $ 207 em dezembro, devido à valorização do real frente ao dólar. No inicio de fevereiro, o preço estava em torno de $ 219. Na África Subsaariana, os preços domésticos do arroz permanecem estáveis na maioria dos mercados regionais, onde o arroz local da nova safra começa a chegar. A demanda de importação é atualmente fraca, exceto nas regiões orientais do continente. Na África Ocidental, a demanda deve ser reativada nas próximas semanas, onde estima-se que haverá um forte crescimento das importações em 2019, especialmente na Nigéria (+ 20%) e no Senegal (+ 15%).
O Egito começou suas compras de arroz, das quais quase a metade seria de origem chinesa. Estima-se que suas importações em 2019 possam chegar a 400.000 t.Fonte: Agrolink