A Rolls-Royce iniciará a produção de seu primeiro carro elétrico no próximo ano. Ele tem apenas duas portas, porém, é mais longo do que um SUV de tamanho normal. Entre suas inúmeras opções, o Spectre será oferecido com estrelas nas portas.
A marca britânica de carros ultraluxuosos oferece há anos um recurso chamado “Starlight Headliner”, que preenche o teto com milhares de pequenas luzes. Essas, pontas dos cabos de fibra óptica, parecem aleatórias, mas são organizadas para se assemelhar com o céu noturno de Goodwood, Reino Unido, onde fica a fábrica da Rolls-Royce. Com o Spectre, a Rolls-Royce está adicionando esse recurso ao interior das portas, que terão 5.876 “estrelas” adicionais, para que os ocupantes fiquem totalmente cercados por elas.
Além disso, apesar de não precisar de tanto ar quanto os carros movidos a V12 da Rolls-Royce, o Spectre terá a grade mais larga já vista em um modelo da empresa. Ainda assim, é o mais aerodinâmico até agora, segundo a companhia, a qual afirma que o carro tem um coeficiente de arrasto de 0,25. Isso é um coeficiente interessante, mas não é revolucionário.
Mesmo um Rolls-Royce elétrico dificilmente poderia ficar sem a grade, já que a laje vertical de ripas de metal em forma de lápide está entre as mais genuinamente icônicas da indústria.
O “Spectre é tão importante para nós quanto o Silver Ghost pode ter sido há muitos, muitos anos e é a entrada numa nova era para a marca totalmente elétrica até 2030”, disse o executivo-chefe da Rolls-Royce, Torsten Müller-Ötvös, em uma entrevista à CNN Business. “Então, queremos ter certeza de que este carro está realmente correto e no local e é um Rolls Royce adequado e perfeito.”
Luzes Spectre
A marca britânica oferece há anos um recurso chamado “Starlight Headliner”, que preenche o teto com milhares de pequenas luzes / Rolls-Royce
O Silver Ghost, que entrou em produção pela primeira vez em 1906, é considerado o carro que estabeleceu a reputação da Rolls-Royce como o auge da qualidade automotiva.
O Spectre compartilha sua estrutura básica com os modelos movidos a gasolina da marca: os sedãs Phantom e Ghost e o SUV Cullinan. Isso segue a estratégia da empresa controladora da Rolls-Royce, a BMW, que também conta com engenharia flexível que pode ser usada para construir carros à gasolina e elétricos.
No estilo tradicional, as duas portas do modelo são articuladas na parte de trás e abertas para trás — nos modelos com quatro, apenas as portas traseiras abrem dessa maneira. Pelo seu tamanho e espaço, a Roll-Royce chama o Spectre de “super coupé”. É cerca de quinze centímetros mais longo e cinco centímetros mais largo que o último Rolls-Royce coupé, o Wraith, que não é mais produzido deste o início. Também é cerca de 2,5 polegadas mais longo que um SUV Cadillac Escalade e um pouco mais largo. A direção nas quatro rodas torna o carro mais ágil em curvas apertadas.
A forma cônica geral foi influenciada por iates, de acordo com a Rolls-Royce, similar a outro modelo recente, talvez o carro mais caro já feito. No ano passado, a marca lançou um conversível chamado Boat Tail, do qual apenas três foram construídos a um preço estimado de US$ 25 milhões cada.
Embora muitos carros elétricos tenham telas sensíveis ao toque extremamente grandes e dependam delas para muitos controles internos, o Spectre dependerá mais de controles físicos, disse Müller-Ötvös. Haverá telas, mas seu uso será mais discreto, destaca.
O peso total do modelo é de pouco mais de 3 toneladas — cerca de 272 kg a mais do que um SUV Cullinan — inclui mais de 680 kg de isolamento acústico, para garantir o nível ideal de silêncio da Rolls-Royce. Normalmente, as montadoras tentam economizar peso ao fabricar carros elétricos para compensar toda a massa que as próprias baterias adicionam. Mas, para a companhia, o peso nunca foi um grande problema. Espera-se que seus carros sejam, literalmente, massivos.
O carro de 557 cavalos de potência conseguirá ir de zero a 96 km/h em cerca de 4,4 segundos e poderá dirigir cerca de 418 km antes de precisar recarregar. Isso, insiste Müller-Ötvös, será suficiente.
“Nós nunca comprometeríamos a experiência do carro ou sua aparência apenas puramente por alcance”, disse ele.
CNN