Entre as informações disseminadas pelos cabeças da organização criminosa presa nesta terça-feira (21), na Operação Ouro de Ofir da Polícia Federal, está a promessa de que seriam recuperados pelo menos R$ 2 trilhões, fruto do “acordo” feito em corte internacional de repatriação do suposto dinheiro de uma mina de ouro da época do Brasil Império.
O delegado da Receita Federal Henry Tamashiro chama a atenção para a cifra anunciada aos ‘investidores’ como um valor irreal. “É uma inconsistência. Pega a fortuna dos mais ricos no mundo, são na casa de bilhões”.
De acordo com dados do Tesouro Nacional, o valor da dívida pública brasileira é de aproximadamente R$ 3,450 trilhões. Ou seja, daria quase para quitar o débito. Outra comparação que pode ser feita, é com o fundador da Microsoft, Bill Gates, que por muito tempo foi o homem mais rico do mundo. Atualmente, segundo a Forbes, ele está na terceira posição e tem a fortuna de US$ 89,8 bilhões, ou R$ 294,3 bilhões.
Conforme o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzotti, entre as táticas do grupo também estavam utilização de técnicas de neolinguística e da religião para atrair mais ‘investidores’, que caiam em uma complexa trama sobre repatriação de dinheiro que seria distribuído aos investidores.
Para atrair as vítimas, os integrantes afirmavam que uma família de Campo Grande era dona de uma mina de ouro da época do império, que tinha sido vendida para os Estados Unidos e para a Europa, e que a família tinha 40% de direitos sobre a mina vendida.
Sendo que parte do dinheiro recebido teria de ser repassado para terceiros, momento em que eram vendidas cotas para os investidores, que aplicavam R$ 1 mil com promessas de receber R$ 1 milhão. A organização criminosa também usava das declarações do imposto de renda para mostrar para os investidores que estariam enriquecendo, com o dinheiro investido no grupo.
A polícia afirmou que existem pelo menos mais de 25 mil vítimas em todo o Brasil. Ainda de acordo com informações, o golpe foi descoberto pela polícia há 10 anos e nos últimos dois anos as investigações foram intensificadas.
Prisões
Foram presos Celso Eder de Araújo, dono da empresa Company Consultoria que também foi alvo da operação, além de Sidney Anjos Pero e Anderson Flores de Araújo- tio de Celso. Uma pessoa está foragida.
Operação
Foram cumpridos 19 mandados, sendo 11 de busca e apreensão, 4 de condução coercitiva e 4 de prisão temporária. Goiás e Brasília também foram alvos da operação, que apreendeu R$ 1 milhão em espécie e 200 quilos de pedras preciosas, além de três carros de luxo. midiamax