Advogados fizeram pedido de habeas corpus para integrante de quadrilha
Renata Portela Em 13h00 – 13/01/2020
Casa onde o túnel foi cavado pela quadrilha (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)FacebookTwitter
A defesa de Robson Alves do Nascimento, de 50 anos, entrou com pedido de habeas corpus para o pedreiro, preso em flagrante na madrugada de 22 de dezembro de 2019, acusado de participar da quadrilha que escavou um túnel até a central do Banco do Brasil em Campo Grande. Os advogados alegam que Robson pensava estar atuando em uma obra lícita.
Na peça, os advogados de defesa afirmam que os crimes imputados a Robson não correspondem com a realidade. Além disso, afirmam que ele é réu primário, que nunca respondeu a nenhum processo criminal e que tem moradia fixa em Campo Grande, o que poderia dar a ele direito à liberdade provisória.
A defesa ainda alega que Robson não portava arma de fogo no dia da prisão e nem mesmo resistiu à abordagem. “Foi surpreendido absurdamente pela prisão em companhia da esposa, quando estava andando na cidade”, alegam os advogados, afirmando que só depois ele entendeu o que estava acontecendo.
Segundo os advogados, Robson estava em Cuiabá (MT) e só veio para Campo Grande após ser contratado para trabalhar nas obras de um shopping center. A defesa afirma que ele acreditava trabalhar em uma obra lícita.
O que o réu disse em depoimento
Para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Sequestro), Robson disse que foi procurado por ‘Gordinho’, que é morador em São Paulo (SP) e que ofereceu a ele oportunidade para ganhar dinheiro. Para isso ele precisaria arrumar uma casa para duas pessoas em Campo Grande.
Foi assim que Robson alugou a residência no Zé Pereira e ao chegar se encontrou com ‘Véio’, apontado a princípio como o mandante do crime, que segue em investigação para identificação. Ele também era responsável por enviar dinheiro para custos da residência e seis pessoas se hospedaram no local.
No depoimento, Robson teria dito que não tinha horário certo para trabalharem, mas afirmou que “tinham a função de cavar o túnel no intuito de atingir o cofre da agência do Banco do Brasil, para subtraírem o dinheiro”. Por fim ele afirmou que receberia R$ 300 mil pelo serviço, mas que a esposa não tinha participação nem sabia do crime.
Robson permaneceu junto com os outros presos por 19 dias nas celas do Garras, sendo transferido posteriormente para o Presídio de Segurança Máxima. A defesa aguarda manifestação do Ministério Público e decisão do juiz.