Valor médio negociado no porto de Paranaguá superou os R$ 79 por saca em março. Patamares assim só foram vistos em 2016
Daniel Popov, de São Paulo
A elevação recente das cotações da soja na Bolsa de Chicago ajudaram a melhorar, e muito, os preços do produto no mercado interno brasileiro. De maneira geral, a média dos valores de todas as praças acompanhadas pela consultoria Safras & Mercado, está em R$ 74,30 por saca, neste mês de março. A maior média até então havia acontecido em novembro de 2017, com R$ 75,20 por saca.
Mas, o que impressiona mesmo é que fora novembro e dezembro de 2017, os preços médios da oleaginosa não ultrapassaram os R$ 76 por saca, desde janeiro do ano passado. Nem mesmo as médias de janeiro e fevereiro deste ano superaram os R$ 74 por saca. Vale ressaltar que as médias apresentadas consideram valores nos portos (que normalmente são bem mais altos que R$ 70) e de localidades mais afastadas, como Rondonópolis, em Mato Grosso (no qual os preços não chegam a R$ 65 por saca).
Para que se possa se entender melhor a situação, no porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o preço médio registrado em março deste ano foi de R$ 79,50 por saca. Sendo que o maior valor registrado até então havia acontecido em novembro de 2016, com R$ 78,40 por saca. No ano passado, o teto aconteceu em janeiro, com R$ 76. Vale ressaltar que boa parte de 2017 os valores mal ultrapassavam os R$ 70 por saca.
Os portos de Rio Grande (RS) e Santos (SP) também registram valores bastante superiores aos que vinham sendo negociados. As piores praças são exatamente as mais distantes dos portos: Rondonópolis (MT) e Dourados (MS), ambos com uma média de R$ 67 por saca, em março. Durante todo o ano passado a luta dos produtores dessas regiões era para conseguir valores próximos a R$ 60 por saca.