Intermediários para fertilizantes são os produtos químicos mais importados
Mesmo com redução de 21,3% no volume de importações de produtos químicos, o que representa 8,5 milhões de toneladas, o preço médio dos produtos importados para o Brasil, que subiu quase 40% nesse trimestre, confirma a perspectiva de US$ 25 bilhões de déficit na balança comercial de produtos químicos. Esse valor representa um aumento de 12,5% no déficit da balança comercial em relação ao mesmo período de 2017.
Mesmo com a recente queda das importações de intermediários para fertilizantes, com diminuição de 33,7% em quantidades e de 25,4% em valor, esses continuam sendo o principais itens da lista de produtos químicos importados. As compras desses intermediários para fertilizantes representaram gastos que giram em torno de US$ 1,2 bilhão, distribuído em 4,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre.
Esse aumentou aconteceu justamente quando foi anunciada a possibilidade de hibernação de duas fábricas de fertilizantes brasileiras, o que piora ainda mais o estado de dependência no qual o País se encontra. O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, afirma que esse cenário é crítico pois deixou o Brasil muito vulnerável as flutuações do câmbio e dos preços. “É preciso que o Governo proporcione condições para o produto nacional competir no próprio mercado interno e retome a participação do que hoje é importado sobre o consumo nacional”, defende.
O executivo acredita que o Brasil precisa ampliar urgentemente sua fabricação de fertilizantes, até porque o território nacional está repleto de reservas de fósforo e de potássio, que são matérias-primas para a fabricação do produto. Figueiredo ainda lembra que as exportações brasileiras cresceram apenas 3,9% nesse semestre, gerando um valor estimado em US$ 3,4 bilhões, o que é muito pouco perto das importações, principalmente porque o País é um grande produtor mundial de alimentos.
“Se o Brasil souber aproveitar o potencial de petróleo e gás do Pré-sal poderá se tornar um grande exportador de produtos químicos na próxima década. Para isso também são necessários investimentos em logística, além de formulação de políticas que solucionem impasses regulatórios, tecnológicos, tributários e ambientais”, conclui.
Fonte: Agrolink
publicidade.