A soja é o produto agrícola mais importado na China, o que acaba levantando uma série de dúvidas sobre os motivos de o país asiático comprar uma quantia tão grande da oleaginosa ao invés de produzi-la em solo próprio. De acordo com o portal chinês ecns.cn, cerca de 90% de sua soja é importada do mercado internacional e é usada principalmente em petróleo e ração animal.
Em 2017, a China importou um total de 95,53 milhões de toneladas de soja, das quais 32,58 milhões vieram dos Estados Unidos e 50,93 milhões de toneladas foram importadas do Brasil. Em 2018, devido aos atritos comerciais entre a China e os EUA, o país adquiriu um pouco menos, mas ainda alcançou mais de 82 milhões de toneladas nos primeiros 11 meses.
No entanto, Ke Bingsheng, ex-presidente da Universidade Agrícola da China (CAU), disse que a terra arável da China é muito limitada. Se o país não os importar e usar sua própria terra para produção, haverá apenas 120 quilos de soja por um mu, sendo que um “mu” equivale a cerca de 0,067 hectares. “Isso significa que mesmo que todas as terras aráveis do norte e nordeste da China sejam usadas para a produção de soja, ainda assim não seria suficiente”, indicou o portal.
Além disso, o especialista indicou também que os recursos da China são insuficientes e, portanto, as importações podem ajudar a conservar a terra. A compra de soja e algodão de outros países equivale à importação de recursos terrestres e hídricos. “Isso é de grande benefício para o ambiente ecológico da China e assim por diante”, explica. agrolink