Corpo passou por exame nesta manhã, confirmou o delegado regional adjunto Mikail Gouvea.(Foto: Tião Prado/ Ponta Porã Informa/ Arquivo)
Um exame necroscópico realizado pelo IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã, na manhã deste sábado (12), descartou o estrangulamento como causa da morte de Cristian Matias da Rosa, de 37 anos, informou o delegado regional adjunto Mikail Alessandro Gouveia. Para a família, a intensidade de um golpe “mata-leão” aplicado por um policial militar matou a vítima.
Nesta manhã, a mãe da vítima, Tereza da Rosa, admitiu que o filho tinha bebido e que ele havia saído para buscar um lanche. “Ele passou na rua de baixo da minha casa para comprar um lanche. Eu vi quando a polícia passou. Depois vi meu filho seguindo para frente da minha casa e a polícia chegando atrás. Os policiais desceram armados apontando a arma para ele e mandaram ele descer. Eles pediam para eu me afastar e tudo aconteceu na frente da filha dele de 14 anos”, disse.
Ainda segundo Tereza, Cristian não quis ser algemado e, então, começou a ser enforcado por um dos militares, com um golpe conhecido por mata-leão. “Eu pedi aos policiais para deixarem ele entrar para dormir, mas mesmo assim eles continuaram enforcando até ele ficar roxo e morder a língua. Ele mordeu a língua até sangrar. Aí levaram ele para o camburão e ele chegou no hospital morto”, contou a mãe.
Para o delegado, provavelmente, trata-se de um infarto, e não de um enforcamento. Segundo ele, o exame desta manhã mostrou que o pulmão que está em ordem, a traqueia não foi quebrada e todo o aparelho respiratório do jovem está completo. “O rapaz tinha consumido muito álcool. Ele já estava passando mal e pode ter tido um coma alcoólico, mas não tem nada a ver com a abordagem”, disse.
A Polícia Civil pontua que não há como esconder uma causa por enforcamento. “Foi uma fatalidade. Poderia não ter ocorrido no momento da abordagem, poderia ter sido em casa, no trânsito”, disse.
Cristian deixou três filhos. A Polícia Civil investiga o caso.
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