Pela primeira vez Coreia do Norte ameaça Japão com míssil que sobrevoa ilha
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, conversou por telefone, nesta terça-feira (29), com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, onde acordaram exercer ainda mais pressão sobre a Coreia do Norte após o novo lançamento de um míssil.
Os dois governantes analisaram o último teste do regime liderado por Kim Jong-un, consistente em um míssil disparado no início da madrugada desta terça, e que pela primeira vez desde 2009, sobrevoou o Japão antes de cair ao leste da ilha de Hokkaido, nas águas do Pacífico.
A conversa durou cerca de 40 minutos e nela os líderes “concordaram plenamente” quanto à postura e as medidas que serão tomadas diante das seguidas provocações norte-coreanas, disse o premier japonês, em declarações divulgadas pela emissora estatal NHK.
O novo lançamento “constitui uma ameaça muito séria e grave, e sem precedentes”, afirmou Abe, anunciando que pedirá a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas “para pressionar ainda mais a Coreia do Norte”.
Trump transmitiu a Abe “seu forte compromisso de estar 100% com o Japão”, segundo o líder nipônico, que também apontou a sua intenção de “trabalhar com a China, Rússia e o resto da comunidade internacional para intensificar a pressão” sobre o regime norte-coreano.
O míssil disparado mesta terça caiu cerca de 1.180 quilômetros do Cabo de Erimo, no extremo do nordeste do arquipélago japonês, após percorrer uma distância total de 2,7 mil quilômetros e alcançar o seu ponto culminante cerca de 550 quilômetros de altura antes de cair ao mar, detalhou o governo japonês.
O novo teste norte-coreano ocorre depois de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, ter lançado no último sábado três mísseis balísticos de curto alcance nas águas do Mar do Japão, e após realizar no mês passado o teste com dois ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais).
O primeiro destes lançamentos, ocorrido no dia 4 de julho, valeu ao regime de Kim Jong-un um pacote de novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.