Irmão e pai das vítimas é acusado de ter ordenado chacina que deixou cinco mortos e dois feridos em outubro de 2015
O duplo homicídio ocorrido no início da noite de sábado (8) em um lava-rápido em Dourados pode ser mais um capítulo da guerra pelo controle do tráfico de drogas na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O principal alvo do atentado, que escapou ileso, é suspeito de participação na Chacina de Paranhos, ocorrida em outubro de 2015 na cidade que fica a 469 km de Campo Grande.
O Campo Grande News apurou que Luiz Carlos Gregol, o Tatá, também estaria no lava-rápido localizado na Avenida Coronel Ponciano, em Dourados, mas conseguiu escapar ileso.
Na tarde de sábado, pelo menos dois pistoleiros chegaram em uma Toyota Hilux prata e executaram Carlos Domingos Gregol, 38, e Gabriel Zanotim Gregol, 18. Tatá é irmão de Carlos e pai de Gabriel.
Em Paranhos, onde a família Gregol é bastante conhecida e tem envolvimento até com a política local, os comentários que circularam no fim de semana revelam que o duplo homicídio é mais um capítulo da guerra entre dois grupos rivais que lutam pelo controle do tráfico de drogas na região.
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Segundo acreditam moradores e policiais da fronteira, o atentado em Dourados teria sido ordenado pelo “Bando do Zacarias”, um dos chefões do narcotráfico na região de Paranhos (MS) e Ypejhú (Paraguai).
Chacina – Tatá Gregol é suspeito de ter ordenado a chacina ocorrida no dia 19 de outubro de 2015, quando pistoleiros em duas caminhonetes dispararam pelo menos cem tiros em um grupo que estava numa padaria na área central de Paranhos.
Morreram no local Bruno Vieira de Oliveira, 26, Mohamed Youssef Neto, 31, Rodrigo da Silva, 28, Denis Gustavo, 24, e Arnaldo Andres Alderete Peralta, 32. Anderson Cristiano, 27, e Diego Zacarias Alderete Peralta, 26, sobreviveram, mas o segundo teve a perna amputada em consequência do ferimento.
Arnaldo e Diego eram filhos de Zacarias, um dos traficantes mais temidos da região de Paranhos. Para vingar os filhos, ele ordenou a morte de várias pessoas suspeitas de envolvimento na chacina e de parentes dos rivais.
No dia 14 de junho do ano passado, o policial civil Aquiles Chiquin Júnior, 34, foi executado a tiros de fuzil numa academia de Paranhos. A morte dele também teria sido ordenada por Zacarias, já que o irmão do policial, membro do Bando do Tatá, teria participado da chacina. Aquiles não tinha envolvimento com o crime organizado, mas teria sido morto por retaliação ao irmão.
Apesar de suspeito de envolvimento na chacina, Tatá Gregol não foi indiciado pelo ataque que deixou cinco mortos e dois feridos em 2015. “Ninguém foi indiciado pela chacina”, afirmou hoje ao Campo Grande News um policial que atua na região.
Numa região onde o silêncio impera, ninguém quis testemunhar contra Tatá Gregol, da mesma forma que não existem testemunhas da morte do policial civil.
CGNEWS
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