Operação Veritas: presa apontada como operadora das fraudes bancárias exibe passeios de iate nas redes sociais

A mulher apontada como uma das principais operadoras das fraudes bancárias de uma quadrilha desmantelada pela Polícia Civil na última quinta-feira (4) na Operação Veritas teria, de acordo com as investigações, um patrimônio incompatível com seus rendimentos. Ela foi presa.

Segundo a decisão que determinou a prisão, Mariana Ribeiro Colonese não tinha vínculo empregatício ou participação societária que justificasse o alto padrão que ostentava nas redes sociais. Nas imagens, ela aparece em passeios de barco e em casas noturnas.

A decisão também afirma que Mariana era sempre acionada pelos líderes da organização criminosa.

Além disso, foram identificados depósitos nas conta dela, o que corroboraria, segundo a polícia, que ela não apenas ajudaria no cometimento das fraudes, mas também no esquema de lavagem de dinheiro.

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução

Operação Veritas

Durante a Operação Veritas, equipes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro prenderam 9 pessoas. A ação teve apoio do Núcleo de Operações com Criptoativos, da Coordenação-Geral de Combate ao Crime Organizado do Ministério da Justiça, e da Polícia Civil de Pernambuco.

A polícia estima que o bando movimentou ao menos R$ 13 milhões nos últimos meses, ora compensando cheques, ora fazendo transações em máquinas de cartões dos próprios fraudadores, em benefício de empresas de fachada. O dinheiro desviado era gasto em itens de luxo, como carros.

O juiz Marcelo Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada determinou ainda o sequestro de bens móveis e imóveis e o bloqueio de contas dos envolvidos e expediu mais um mandado de prisão domiciliar de uma das indiciadas, fora os mandados de prisão. As investigações duraram mais de um ano.

Eduardo 'Frango', um dos alvos da Operação Veritas — Foto: Reprodução

Eduardo ‘Frango’, um dos alvos da Operação Veritas — Foto: Reproduçãohttps://f02f7098b452ce644c724a20eeb5a490.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Eduardo da Costa Ferreira, o Frango, apontado como o chefe da quadrilha, foi preso em casa, em Camboinhas, em Niterói. Um sargento da Polícia Militar também foi pego.

A polícia afirma que a quadrilha de Frango interceptava folhas de cheques e clonava cartões de crédito de clientes em todo o país. Frango já tinha passagens na polícia por estelionato, receptação de veículo e falsificação de identidade.

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução

Fraudes

Nas fraudes com cheques, os criminosos interceptavam talões pelo correio, falsificavam a assinatura dos titulares e compensavam valores altos.

“Para justificar a movimentação de altas quantias, eles diziam que estavam adquirindo terrenos. Com a transação efetuada, os valores eram direcionados a contas de terceiros”, detalhou o delegado Gabriel Poiava, responsável pelas investigações.

No ano passado, por exemplo, uma vítima procurou a polícia de Minas Gerais para comunicar uma compensação fraudulenta de quase R$ 500 mil de sua conta. Valores retidos em contas de pessoas mortas também eram alvo da quadrilha.

A outra modalidade de fraude era com cartões de crédito clonados. “Esses cartões eram utilizados em máquinas de propriedade da quadrilha e a favor de empresas ligadas ao grupo, simulando transações comerciais inexistentes”, disse Poiava.

Gerentes e funcionários de instituições financeiras eram cooptados para o repasse de informações dos clientes, segundo as investigações.https://f02f7098b452ce644c724a20eeb5a490.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

O bando contava ainda com os serviços de policiais que agiam como braço armado da organização no transporte de elevadas quantias e buscavam informações oficiais e sigilosas de vítimas.

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução

Mariana Colonese, presa na Operação Veritas, contra fraudes bancárias — Foto: Reprodução