Juiz tomou decisão ao prorrogar prisões; PF apura se hacker usou criptomoeda em ações ilícitas. Criptomoedas são emitidas por sistema de computador, e operações não são reguladas.
Por Mariana Oliveira, Marcelo Parreira e Gabriel Palma, TV Globo — Brasília
26/07/2019 22h06 Atualizado há 5 horas
Hacker não explicou como ganhou dinheiro para viver de aplicaçõesJornal Nacional–:–/–:–
Hacker não explicou como ganhou dinheiro para viver de aplicações
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou nesta sexta-feira (26) o bloqueio de ativos que os investigados pela Operação Spoofing tiverem em carteiras de criptomoedas.
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal na última terça (23) e apura a tentativa de invasão dos celulares de autoridades. Mais cedo, nesta sexta, Vallisney prorrogou por mais cinco dias as prisões dos quatro investigados.
Criptomoedas são emitidas por sistema de computador, e as operações de compra e venda não são reguladas (entenda).
Ao determinar o bloqueio dos ativos, o juiz Vallisney informou que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal apontaram a necessidade de obter senhas e chaves das carteiras de criptomoedas do casal Gustavo Henrique e Suelen Priscila.
Em documento enviado ao juiz de Brasília, a PF também informou que ainda aguarda a análise dos registros de celulares e do computador de Walter Delgatti, apontado como o hacker que invadiu os telefones das autoridades.
A polícia argumenta que busca dados sobre a existência de contas de criptomoedas “que poderiam ser controladas por Walter Delgatti como forma de ocultar pagamentos recebidos por suas atividades ilícitas, bem como para se determinar a real dimensão das invasões praticadas”.
Quando determinou a prisão dos investigados, Vallisney já havia determinado a quebra de sigilo bancário dos alvos, além do bloqueio de ativos financeiros superiores R$ 1 mil. Nas buscas, foram encontrados valores que, segundo os suspeitos, foram obtidos por meio do mercado de bitcoin.
Crimes investigados
Segundo Vallisney Oliveira, são investigados os seguintes crimes:
- organização criminosa (pena de 3 a 8 anos);
- invasão de dispositivo eletrônico (pena de 3 meses a 1 ano);
- interceptação telefônica sem autorização judicial (pena de 2 a 4 anos).
O juiz afirma que, segundo os órgãos de investigação, ainda é preciso:
- verificar o completo cenário e a profundidade das invasões praticadas;
- localizar a origem da quantia de 99 mil reais em espécie apreendidos com Gustavo Henrique e Suelen e se têm ligação com a atividade de invasão;
- investigar a apreensão em poder de Danilo Marques de 60 chips lacrados para telefone celular pré-pago da TIM e sua destinação e utilidade. G1