Operação contra o tráfico prendeu policial civil que atuava em Jardim

A operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrada ontem contra o tráfico de drogas, prendeu o policial civil Walmir Rodrigues Leandro, que trabalhava na delegacia de Jardim, a 233 km de Campo Grande.

A ação, que foi batizada de Narco 060, também tinha três mandados de prisão preventiva para policiais militares, que foram parar atrás das grades na operação Oiketicus, que denuncia Máfia do Cigarro. Conforme apurado pelo Campo Grande News estão nesta lista os policiais militares Elvio Barbosa Romeiro e Ivan Edemilson Cabanhe.

A reportagem apurou que Walmir tem bastante experiência profissional e é classificado como “querido por todos”. Ele está preso na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Consulta ao Portal da Transparência mostra remuneração de R$ 8.813 após deduções obrigatórias. Os dados são de agosto deste ano.

Em 2016, o policial foi homenageado com medalha por tempo de serviço, 20 anos na Polícia Civil. Ele atuou no SIG (Setor de Investigações Gerais). O Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) fornece assistência social ao preso. De acordo com o diretor jurídico do sindicato, Max Dourado, o auxílio de advogado é exclusivo aos filiados, situação que não contempla o agente alvo da operação. A expectativa é que a Polícia Civil se manifeste por meio de nota à imprensa.

Conforme o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a investigação identificou dois núcleos criminosos: um estabelecido em Bela Vista e outro em Jardim. O Gaeco aponta a participação dos policias era indispensável para o êxito das atividades criminosas.

Até ser alvo da Oiketicus, deflagrada em maio, o policial militar Elvio Barbosa Romeiro era de Jardim, enquanto Ivan Edemilson Cabanhe era de Bela Vista. Os dois são réus na investigação da Máfia do Cigarro. Em agosto, a remuneração fixa de Elvio foi de R$ 7.314 após descontos. Ivan teve remuneração de R$ 3.544 após descontos. Eles estão no Presídio Militar. A Polícia Militar informou que participou ativamente da operação e os presos estão à disposição da Justiça, aguardando os julgamentos.

Rota 060 – Ao todo, a operação contra o tráfico teve 25 mandados de prisão preventiva, sendo 24 cumpridos. Outros 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande, Jardim, Bela Vista e Goiânia (capital de Goiás).

Durante a investigação, iniciada há cerca de um ano, foi realizada a apreensão de 6,6 toneladas de maconha, 60 gramas de haxixe, 400 gramas de pasta base de cocaína, veículos e armas de fogo.

O nome da operação faz referência à BR-060, rota para escoamento do entorpecente. A rodovia vai de Brasília (DF) a Bela Vista (MS), cortando Goiás, principal destino das drogas transportadas pelos grupos criminosos investigados e onde também ocorreram parte das ações da operação.

A operação Narco 060 teve a participação de cinco promotores e cem policiais militares. A ação foi com o apoio do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Agência Central de Inteligência, Batalhão de Choque, Força Tática da Polícia Militar, Corregedorias das Polícias Militar e Civil e o Gaeco de Goiás.
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