Finalizada a colheita da soja no oeste da Bahia, a região alcançou um dos melhores patamares de produção e produtividade. Com o segundo melhor resultado da história, atrás apenas da safra 2017/18, o Oeste colheu 6.026.400 toneladas de soja, 194.400 toneladas a mais que no ciclo anterior. A produtividade prevista de 60 sacas/ha, no 1º levantamento realizado em março, aumentou 3,33%, chegando a 62 sacas/ha.
Os números já eram esperados, conforme divulgado pelo Conselho Técnico da Aiba, em seu primeiro levantamento. Contudo, para ser cauteloso, o órgão evitou fazer novas estimativas, temendo impactos negativos causados pela estiagem dos meses de novembro e dezembro, fator que atrasou o plantio da oleaginosa. Em função desta intercorrência climática, houve replantio em cerca de 5% da área. É sabido que a baixa umidade causa problemas com a germinação das sementes e, dependendo do vigor, pode afetar o estágio de desenvolvimento das plantas.
Com a normalização do ciclo de chuvas na região, a partir do mês de janeiro, o cenário voltou a ficar favorável para os sojicultores. O milho, que é uma cultura mais sensível à falta de chuvas, teve uma safra considerada normal. Atualmente, em ritmo acelerado de colheita, com 40% da área já concluída, manteve o volume esperado. “Existem produtores que conseguiram até 220 sacas por hectare. Outros só produziram 120 sacas/ha. No geral, tivemos uma produtividade média de 165 sacas/ha, o que está dentro das estimativas”, informou o presidente do Conselho Técnico, Landino José Dutkevics.
Ele lembrou que o milho produzido no oeste baiano é de boa qualidade, tem preços considerados bons para a época – entre R$ 37,00 e R$38,00 a saca –, além de ser um produto agrícola fundamental para a economia nordestina, uma vez que é amplamente usado para o consumo humano e a nutrição animal. A expectativa é que o cereal atinja, na região, 1,5 milhão de toneladas.
Outra commodity largamente produzida na região, o algodão, apresenta lavouras em excelente estado. Com excelentes perspectivas dos produtores para esta safra, a previsão é que esta cultura dê continuidade aos níveis de produtividade que vem sendo alcançados nos últimos anos, mantendo a Bahia como segundo maior produtor nacional da fibra. Ele começa a ser colhido a partir de 10 de junho.
Levantamento da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) aponta para a produção de 1,5 milhão de toneladas (caroço e fibra), número idêntico ao da safra histórica de 2019. A queda do preço da pluma e os impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado internacional levam os produtores a crer na possível redução, entre 20 e 30%, da área de cultivo para a próxima safra.
As três principais culturas da região devem render uma safra de 9,3 milhões de toneladas de grãos e fibra. A previsão inicial era de 9,1 milhões. As cifras confirmam a vocação agrícola e o alto poder de produção do oeste baiano, que ano após ano tem superado a sua própria marca.
Luiz Stahlke, assessor de agronegócio da Aiba, avaliou o comportamento da produção nas safras recentes. “O clima, com veranicos e outros fatores, mostra tendência de manutenção do nível de produtividade que vem sendo praticado pelos agricultores nos últimos anos na região oeste, com pequenas variações para mais ou para menos”, disse.
Além dos conselheiros da Aiba, integram o Conselho Técnico representantes da Abapa, Abacafé, Fundação BA, Sindicato de Produtores Rurais de Barreiras, Sindicato de Produtores Rurais de LEM, Sandias, Aprosem, Aciagri, Cargill, Bunge, Cooproeste, CREA, IBGE, Bahiater, Adab, Conab, BNB, Banco do Brasil, Louis Dreyfus, ADM do Brasil e Cofco Agri.
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Aiba