Odebrecht diz que pagou propina de R$ 5 mi a Delcídio
O executivo da Odebrecht Benedicto Junior diz ter realizado doação de R$ 5 milhões ao ex-senador Delcídio Amaral, na época no PT, para sua campanha ao governo do Mato Grosso do Sul em 2014. Na época, o ex-parlamentar acabou derrotado pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB) no segundo turno.
O depoimento a procuradores no Rio de Janeiro e o executivo fala da influência que Amaral teria sobre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para justificar o alto valor pedido à empresa. A assessoria de Delcídio fala em doação legal de R$ 3 milhões, conforme relato do portal do jornal O Globo.
“Naquela data a gente tinha uma leitura do plano político do PT que o senador era, perante a presidenta Dilma, uma pessoa com densidade e responsabilidade. Era uma das poucas pessoas que conseguia, naquela data, fazer o link entre o presidente Lula e a presidenta Dilma, além da proeminência dele no Senado. Ele tinha um espaço no Senado expressivo”, relata o executivo.
Benedicto Junior conta que se encontrou com Delcídio a pedido de Marcelo Odebrecht, que alegava falta de agenda para receber o político. A dupla se viu em São Paulo, no escritório da Odebrecht, onde Delcídio teria pedido o montante. Benedicto Junior alega que achou o valor alto,mas acatou por causa da influência do ex-senador.
O executivo segue dizendo que teve mais um encontro com Delcídio, no Hotel Copacabana Palace, zona Sul do Rio, onde foi prestar contas. Ele negou que o então senador cobrou ou mesmo reclamou de atraso do pagamento, ao ser questionado pelo procurador:
O montante, diz o executivo, saiu do setor de Operações Estruturado da Odebrecht, departamento criado para pagamentos ilícitos. Delcídio era identificado, na planilha de beneficiários, como “grisalhão” e “ferrari”, “porque era uma pessoa muito acelerada”, explica Benedicto Junior.
“Aloquei num projeto privado que tenho, que é a usina elétrica de Santo Antônio, projeto 100% em que a Odebrecht é a investidora. Então aloquei um diretor que cuidava desse assunto para ele assumir esse custo na avaliação do negócio dele”, detalha.
Procurada, a assessoria de imprensa do ex-senador confirmou o encontro em São Paulo e no Rio, mas em outro hotel, também em Copacabana. Disse ainda que o valor solicitado para a campanha de Delcídio foi de R$ 3 milhões, declarados na prestação de contas em 2014 e disponíveis para consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). (Com informações de O Globo)