‘O agronegócio dá samba’
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Por: Folha de Dourados
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Por Ciro Antonio Rosolem, Vice-Presidente de Estudos do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).
Circula nas redes sociais uma foto com duas placas: Cuidado! Tráfego de Máquinas Agrícolas (comum nos Estados Unidos) ressaltando a importância que a sociedade reconhece nas atividades do agro. Outra placa: Proibido o tráfego de Máquinas Agrícolas, comum no Brasil, indicaria o descaso com a agricultura brasileira. Será mesmo essa a percepção do povo brasileiro?
O carnaval não é uma manifestação popular? Interessante que as Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que nem aparece como dos mais importantes no agronegócio, vem regularmente homenageando a agricultura, a vida rural, desde, pelo menos 2013, com o samba da Vila Isabel. Em 2016 a Unidos da Tijuca homenageia em seu samba enredo não só “o suor que escorre na enxada” como “a arte do homem que cuida, protege seu chão”. Reconhece ainda a ciência agrícola e suas conquistas, “um oásis de conhecimento, pro País é um exemplo”.
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Então, minha gente, o sambista já descobriu o agronegócio. Ou melhor, o agronegócio brasileiro hoje dá samba. Falta ainda muito, até que isso chegue, de fato a nossos administradores e fazedores de políticas. Quem sabe algumas dessas personalidades estavam em algum dos muitos camarotes com regabofe (oriundo da agricultura) da Marquês de Sapucaí. Quem sabe alguns deles tenham aprendido o samba-enredo da Vila Isabel. Afinal, “sou matuto sonhador em louvação” e “vou rogando ao Pai querido pra colheita florescer”.
Por mais que todos saibamos os interesses econômicos interferindo nesta festa nacional, é impossível não se emocionar e sentir pelo menos um pouco de orgulho em ter participado da saga de nosso agronegócio que, mais uma vez, chega à avenida. Continua dando samba.
As autoridades de trânsito podem não ter percebido, mas o agro brasileiro vem pedindo passagem, pois “o meu negócio é isso, seu moço, sorriso no rosto por este mundão rural”.
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