O agronegócio lidera a tímida retomada econômica do País. Os dados do Banco Central mostram claramente o peso do setor na curva suavemente ascendente da atividade da economia.
Nesta segunda, o chamado “PIB do Banco Central” apontou crescimento de 1,12% nos primeiros 3 meses de 2017. Um colosso quando comparado aos dois anos de profunda recessão. É o primeiro resultado positivo desde o último trimestre de 2014! Muito disso vem da megassafra atual de grãos, fibras e cereais.
Mas, calma, é só um primeiro dado. Animador, é verdade, mas ainda anêmico se comparado ao potencial do PIB. E deve ser lido com cautela, já que em março houve recuo de 0,44% em relação a fevereiro. Ou seja, ainda é um começo.
Outro alerta: uma avalanche de grãos implica em redução da renda do produtor rural. E exige intervenção do governo em mercados disfuncionais ou muito deprimidos.
No fim de semana, a consultoria Tendências mostrou que 75% do crescimento do PIB neste ano virá do agronegócio, o maior peso na geração de riquezas do País em 18 anos. Outro colosso!
Mais ainda: a geração de emprego, o último indicador a reagir após longas crises como a atual, é mais dinâmica nas cidades médias movidas pelo agronegócio, segundo dados oficiais do Ministério do Trabalho.
Ou seja, mais uma vez a tal “âncora verde” dos idos dos anos FHC está funcionando em meio a um mar de más notícias.Mauro Zanatta