Nicolás Maduro revela reuniões secretas com enviado dos EUA
Na primeira reunião, clima foi hostil tendo até ameaças de envio de tropas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou à Associated Press que, recentemente, seu governo participou de reuniões secretas com um representante do presidente americano Donald Trump. Foram duas reuniões em Nova York, que contaram com a presença do ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, e o enviado especial de Washington para a Venezuela, Elliott Abrams.
O primeiro encontro foi em 26 de janeiro. Dois funcionários do alto escalão venezuelano, que não têm autorização para falar publicamente, descreveram a reunião como hostil. Na ocasião, segundo eles, Abrams ameaçou enviar tropas para a Venezuela e punir Caracas por suposta aliança com Cuba, Rússia e o Hezbollah
Quando eles se encontraram novamente, na última segunda-feira, a atmosfera ficou menos tensa, embora o encontro tenha sido quatro dias após Abrams dizer que o “prazo para o diálogo com Maduro já havia passado”.
Apesar da “dura” retórica de Washington sobre a impossibilidade de dialogar com o governo Maduro, os venezuelanos viram as reuniões como um sinal de que há espaço para discussão com os americanos.
Crítico ferrenho de Trump, Maduro afirmou ontem que tem esperança de se encontrar com o presidente americano em breve para resolver a crise “gerada pelo reconhecimento americano de seu opositor, Juan Guaidó, como o verdadeiro líder venezuelano”.