Mulheres fingem orgasmos para ter mais prazer, diz estudo

O senso comum nos diz que mulheres que fingem ter orgasmos o fazem para agradar seus parceiros. Do pouco que se estudou sobre o assunto, a teoria mais aceita é a de que elas, como um sinal de submissão ao homem, dão a falsa impressão de atingirem o clímax junto com eles em uma tentativa de reforçar a autoconfiança do parceiro e garantir a segurança do relacionamento. No entanto, um estudo recente oferece uma visão diferente sobre o tema.

É mesmo de se estranhar que, em uma sociedade onde as mulheres estão cada vez mais esclarecidas e escolhendo fazer sexo pelo próprio prazer, e não mais como uma forma de agradar o parceiro, 80% delas ainda finjam orgasmos. O estudo “A Escala de Fingimento de Orgasmo Para Mulheres: Propriedades Psicométricas”, publicado no Journal of Sexual Archives, analisou justamente as razões que levam esta grande maioria a enganar os parceiros e descobriu um fato que parece ir totalmente contra as crenças atuais sobre o assunto: é possível que as mulheres simulem orgasmos para tornar sua própria experiência mais prazerosa, e não como uma estratégia para “acabar logo com o sexo” ou alavancar o ego do homem.

PESQUISA:

Para testar a teoria, pesquisadores da Temple University e Kenyon College entrevistaram 481 mulheres heterossexuais com idade média de 20 anos e que eram sexualmente ativas, porém não estavam em um relacionamento sério. As participantes tiveram de indicar quanto cada um dos seguintes fatores influenciava sua decisão de fingir um orgasmo:

1 – Mentira altruísta (preocupação com os sentimentos do parceiro)

2 – Medo e insegurança (tentativa de evitar emoções negativas associadas à experiência sexual)

3 – Maior excitação (tentativa de aumentar o próprio tesão por meio do fingimento do orgasmo)

4 – Encerramento do sexo (fingir orgasmo para que o sexo termine)

Resultados

Enquanto “mentira altruísta” foi a razão mais citada pelas mulheres para simular o clímax, seguida por “medo e insegurança”, as participantes se mostraram mais propensas a fingir orgasmos como meio de sentir mais prazer na prática do que para acabar logo com o sexo (“encerramento do sexo”, ranqueado em último lugar).

Enquanto os dois primeiros resultados foram “dentro do esperado”, o escopo do estudo sugere que as mulheres estão mais preocupadas em atingir um final satisfatório do que simplesmente chegar ao final. Mais do que isso, ele mostra que elas estão mais empenhadas em buscar um resultado positivo do que simplesmente evitar um negativo, o que comprova que é errado presumir que todas as mulheres que fingem orgasmos são sexualmente insatisfeitas, já que isso pode ser uma estratégia utilizada justamente para aumentar a satisfação.

“Pela primeira vez, temos evidências quantitativas que sugerem que mulheres podem fingir orgasmos por razões muito mais ‘egoístas’, como aumentar a própria excitação”, afirmou o coautor do estudo Erin Cooper em entrevista ao jornal The Huffington Post. “A decisão de fingir o orgasmo por este motivo pode ter pouca ou nenhuma relação com o parceiro e sua experiência sexual. Eu vejo essa estratégia como uma das muitas ferramentas que mulheres usam para melhorar sua própria experiência sexual”, completou.

Sexo oral: um caso à parte

No entanto, nem todos os atos sexuais produzem as mesmas reações e ansiedades. Os pesquisadores pontuam que a motivação para simular o gozo durante a penetração pode ser diferente do motivo que leva ao fingimento durante o sexo oral.

Nesta última circunstância, o motivo mais apontado pelas mulheres foi “mentira altruísta”, mesma indicada como principal no caso da penetração. No entanto, em segundo lugar, apareceu a razão “para evitar inseguranças”, o que os autores acreditam ser muito mais uma escolha que mulheres fazem para aliviar a própria ansiedade durante o sexo oral do que um ato submisso decorrente de uma visão negativa do próprio corpo.

Fonte: Bolsa de Mulher