MS terá mais 5 aparelhos de radioterapia para tratar câncer pelo SUS
Mato Grosso do Sul terá mais cinco aparelhos aceleradores lineares –utilizados no tratamento de câncer pelo SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), três aparelhos vão ficar em Campo Grande e dois serão destinados às cidades do interior, que serão escolhidas pelo Ministério da Saúde.
Entre os aceleradores que ficarão na Capital, um vai substituir o aparelho que está no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, e o outros serão destinados ao HR MS (Hospital Regional Rosa Pedrossian) e ao HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian).
O tratamento dos pacientes de câncer, com a subutilização do acelerador linear do Hospital de Câncer e o direcionamento da demanda de procedimentos oncológicos para as empresas de um grupo de médicos, desencadeou o escândalo da “Máfia do Câncer”, em 2013. Em operação, deflagrada pela Polícia Federal foram apontadas diversas fraudes.
Conforme a SES, o secretário estadual de Saúde, Carlos Coimbra, informou que previsão é que a instalação do primeiro aparelho inicie em fevereiro deste ano. “O equipamento já está em Mato Grosso do Sul desde maio de 2017 e será instalado no Hospital de Câncer. O Governo do Estado repassou R$ 1,3 milhão para reforma do bunker [sala que abriga o acelerador linear] e finalizando a obra, no prazo de 30 dias, já será iniciada a instalação”, explicou Carlos Coimbra por meio de nota.
O aparelho de radioterapia que funcionará no Hospital de Câncer, vem de Goiânia (GO), e era esperado desde 2016. A previsão é de que a capacidade de atendimento no hospital seja dobrada, passando de 50 pacientes/dia para até 100 atendimentos em três períodos e, com isso, reduza a fila de espera do tratamento.
Ainda conforme Coimbra, o acelerador linear do Hospital Universitário deverá funcionar ainda em 2018. “As obras para instalação estão previstas para março/abril desse ano”, disse. “Para o Hospital Regional de Campo Grande a instalação prevista é 2019, assim como para as duas unidades do interior. No total, teremos cinco novos aparelhos no projeto de expansão da radioterapia do Governo Federal, conforme previsão do Ministério da Saúde”, completou o secretário em nota.
Atualmente, há três aparelhos aceleradores lineares: no Hospital de Câncer, Santa Casa de Campo Grande e Hospital Evangélico de Dourados.
Máfia do Câncer
A Operação Sangue Frio – de 2013 – uniu a CGU, a PF (Polícia Federal) e MPF e revelou fraudes ocorridas no tratamento dos pacientes de câncer no Estado. Um dos esquemas era a contratação de empresas prestadoras de serviço de propriedade dos diretores ou vinculados à família de Adalberto Siufi.
O esquema começou a ser descoberto quando o MPF pediu ao HU a reabertura do setor de radioterapia. Na ocasião, o MPF ajuizou ação para que o hospital fosse obrigado a aceitar investimentos federais em equipamentos e serviços de radioterapia, essenciais para o tratamento de câncer.
O HU estava em primeiro na lista de prioridades no Estado para receber os recursos do Ministério da Saúde, dentro do Plano de Expansão da Radioterapia no Serviço Único da Saúde, mas pediu sua exclusão para favorecer o direcionamento.
A investigação também revelou a contratação de familiares para ocupar funções responsáveis pelas finanças da fundação e para ocupar altos cargos; cobrança do SUS de procedimentos de alto custo após o óbito dos pacientes; e acordo com farmácia com indício de superfaturamento foram algumas das irregularidades identificadas.