Próximos 15 dias serão monitorados com novo horário
Junho teve números expressivos de pessoas nas ruas durante o toque de recolher ainda em horário antigo, conforme dados da Guarda Civil Metropolitana.
Decretado pela prefeitura de Campo Grande como uma das medidas para diminuir a curva crescente de infectados do novo coronavírus na cidade, o decreto passou por mudança de horário, já que não estava dando tanto resultado quanto esperava o poder público. Em novo horário e aumento do efetivo aos fins de semana, a Guarda pretende diminuir ao máximo o número de pessoas nas ruas nos próximos dias.
“Se o índice não baixar e a medida [mudança de horário] não surtir efeito e continuar alta, vamos estudar medidas mais rigorosas nos próximos 15 dias”, explicou o secretário de Segurança Municipal Valério Azambuja.
De acordo com Valério, os próximos dias serão monitorados, principalmente os fins de semana, para saber se os índices vão diminuir já que o toque de recolher agora tem duração de seis horas. Se nada mudar, haverá outro estudo técnico da prefeitura que reúne a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), Vigilância Sanitária e Guarda Metropolitana para trazer medidas mais rigorosas com aval do prefeito Marcos Trad (PSD) e acompanhamento do Ministério Público.
Mesmo com o novo horário recente, já houve uma grande diminuição de pessoas nas ruas durante o fim de semana. O Correio do Estado fez levantamento entre os dois últimos fins de semana, que compreendem os dias 19 à 21 [horário antigo] e 26 à 28 de junho [horário novo], diminui quatro vezes a quantidade de pessoas no horário de restrição.
Para o secretário de segurança, esse primeiro fim de semana já com novo horário teve um “bônus” para a diminuição de pessoas nas ruas, o mau tempo ajudou e as pessoas ficaram mais em casa durante a madrugada. Desde sexta-feira (28), a cidade amanheceu com temperaturas mais baixas e neblina intensa que esticou até o domingo pela manhã.
De acordo com Azambuja, a mudança na medida foi necessária, já que nos últimos 15 dias, houve um aumento gradativo, principalmente de festas, aglomerações em bares e conveniências que não estavam cumprindo o plano de biossegurança e com capacidade triplicada.
“São medidas extremas que o município vem tomando há 90 dias e tolerância chegou no limite, a rede hospitalar já está sofrendo não só com Covid, mas também com problemas respiratórios, é necessário ter consciência nos próximos dias”, finalizou.
CURVA AUMENTA
Campo Grande ultrapassou nesta segunda-feira (29) a marca de 2 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Em uma semana, a capital de Mato Grosso do Sul teve aumento de 67,32% no número de confirmações, segundo dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Na última segunda-feira (22), eram 1.212 casos, número que chegou a 2.028 hoje. Pelo quinto dia seguido, a Capital confirmou mais casos que Dourados. Foram 53 confirmações nas últimas 24 horas em Campo Grande, 20 a mais que na segunda maior cidade do Estado. Correio do estado