Chuva que voltou nas tardes de segunda (17) de dessa terça-feira (18) ameniza, mas perdas já podem ultrapassar os 30% em Amambai e os 35% em Aral Moreira, segundo sindicatos rurais.
A falta de chuvas regulares já impacta na estimativa de produção de soja no Cone Sul. Amambai e Aral Moreira estão entre os municípios mais impactados, segundo levantamentos do grupo A Gazeta junto aos sindicatos rurais. (Fotos: Vilson Nascimento)
A escassez de chuva registrada dos últimos quarenta dias provocou perdas significativas na cultura da soja em Amambai e em municípios da região Cone Sul do Estado, em Mato Grosso do Sul.
Após período turbulento na época do plantio, com estradas danificadas por conta das chuvas constantes e em determinadas lavouras sendo necessário inclusive o replantio por conta de danos provocados pelo grande volume de água, do início de novembro para cá a chuva se tornou cada vez mais escassa na região, exatamente no momento de florada e da formação do grão na vagem, período em que, segundo os especialistas a soja mais precisa de chuva aliada a luz do dia para garantir boa produtividade.
Procurado pela reportagem do grupo A Gazeta o engenheiro agrônomo e presidente do Sindicato Rural de Sete Quedas, Paulo Maria Pereira, o “Paulo Tchê”, como é mais conhecido, ressaltou que no município, que tem entre 23,5 a 24 mil hectares plantados com a oleaginosa, a perda na soja por questões climáticas até o momento varia entre 8 e 9%.
Segundo Paulo Pereira esse índice menor de perda em relação a região se dá tendo em vista que, apesar de ocorrer em pouco volume pluviométrico, a chuva tem caído com maior frequência no município.
A preocupação, segundo o presidente do Sindicato Rural é em relação ao forte calor, que segundo o engenheiro agrônomo, pode prejudicar a planta em um período fundamental que define a máxima da cultura da soja, que é na florada e na formação da vagem.
Amambai já perdeu cerca de 30%
No município de Amambai, onde a área plantada com soja gira em torno de 78 mil hectares e vem aumentando anualmente, a perda de produtividade nas lavouras de soja variam entre 28 e 30%.
A avaliação foi repassada nessa segunda-feira, 17 de dezembro, à reportagem do grupo A Gazeta pelo presidente do Sindicato Rural de Amambai, Rodrigo Lorenzetti e pelo técnico agropecuário Sérgio Costa Curta, do escritório de planejamento agropecuário Agrotec, um dos responsáveis por fornecer dados da agricultura do município ao IBGE.
Segundo Sérgio Costa Curta, esse percentual em relação à produtividade da safra atual pode impactar em uma redução de 21% na média de produção do município, que na safra de 2017/2018 foi de 64 sacas por hectare.
A preocupação, segundo Costa Curta e Rodrigo Lorenzetti é que não há previsão de chuvas com elevados índices pluviométricos para Amambai e região até pelo menos o próximo final de semana e uma semana inteira de sol e calor escaldante como vem ocorrendo poderá fazer aumentar ainda mais o percentual de perda na cultura da soja.
Nas tardes dessa segunda-feira, dia 17 e terça-feira (18) pancadas de chuva que somadas acumulou aproximadamente 22 milímetros atingiram o perímetro urbano, em Amambai e apenas parte da área agricultável do município.
Perdas em Aral Moreira e Caarapó
No município de Aral Moreira, que tem cerca de 90% do território destinado a agricultura, a perda na lavoura de soja por conta da falta de chuva já gira entre 35 e 40%, segundo informou nessa segunda-feira à reportagem do A Gazeta o presidente do Sindicato Rural local, Edson Bastos.
No município de Caarapó, que tem 94 mil hectares de soja plantados, a perda na safra 2018/2019 por conta da falta de chuva já chega a aproximadamente 15%, segundo o presidente do Sindicato Rural local, Carlos Eduardo Macedo Marquez, o “Kaká”.Fonte: A Gazeta News