MS começa a colher soja com parte das lavouras castigada pela estiagem

Mato Grosso do Sul deu início à colheita da soja com 1.253.220,17 de hectares em boas condições, 1.359.481,08 de hectares regulares e 1.163.298,77 hectares ruins devido aos efeitos da falta de chuva na fase de desenvolvimento das lavouras.

De acordo com o mais recente boletim Casa Rural do Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), datado de terça-feira (1), nos 3,776 milhões de hectares cultivados com a oleaginosa devem ser produzidas 11,464 milhões de toneladas, com produtividade média de 50,60 sacas por hectare. 

Divulgado por Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho), o documento aponta que as colheitadeiras avançaram por 105.728,00 hectares até a última semana de janeiro. 

Ao analisar o contexto da estiagem em território sul-mato-grossense, o Siga-MS identificou “que o estresse hídrico foi mais acentuado em áreas de primeiro ano, e plantio convencional, com presença de plantas com estádio de desenvolvimento prematuro, ou seja, antes do fechamento do dossel da lavoura, estádios que vão desde V3 a VN”. 

“Há outras áreas que foram atingidas quando as plantas estavam no período reprodutivo, desde o florescimento ao enchimento de grão. A deficiência hídrica nesses períodos gera perdas irreversíveis, pois interfere diretamente na reserva nutricional do grão (lipídios, carboidratos e proteínas). Os sintomas encontrados vão desde a morte de plantas (reduzindo drasticamente o stand de plantas na lavoura), amarelamento das folhas, nanismo de plantas, enrolamento das folhas, queda de folhas e aceleramento das fases fenológicas (planta entra em senescência mais rápido)”, prossegue. 

Quanto ao mercado, o boletim Casa Rural informou que o preço médio da saca de 60 quilos de soja registrou valorização de 1,44% entre desde 24 de janeiro e foi cotada a R$ 167,25 no dia 27 passado. 

“As cotações na bolsa de Chicago em alta atrelado ao câmbio desvalorizado, favoreceram a elevação nos preços da soja no mercado interno”, informa a publicação, acrescentando que o preço médio de janeiro foi de R$ 164,86/, alta de 6,57% no comparativo com igual período de 2021, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 154,69.

“Esse valor não significa que o produtor esteja realizando negociações neste preço, tendo em vista que a comercialização é gradativa”, esclarece o Siga-MS.

Em relação às vendas de soja pelo agronegócio sul-mato-grossense, o boletim Casa Rural cita levantamento realizado pela Granos Corretora para informar que até 24 de janeiro de 2022 houve a comercialização de 39,74% da safra 2021/22, atraso de 21 pontos percentuais quando comparado a igual período de 2021 para o ciclo anterior. DOURADOS NEWS