“A planta pode dedicar essa energia ao seu crescimento, em vez de usá-la para metabolizar as moléculas tóxicas”
Um estudo publicado na quinta-feira (03.01), na revista Science, mostrou que o uso de técnicas de modificação genética resultou em um aumento de 40% no rendimento de plantas de tabaco. O estudo, realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de Illinóis, nos Estados Unidos, e é o primeiro do gêro feito em campo experimental.
Nesse cenário, os pesquisadores trabalharam na enzima de fixação de carbono RuBisCO, que é essencial na transformação do dióxido de carbono atmosférico em biomassa vegetal e também reage com o oxigênio para produzir subprodutos disfuncionais. A partir disso, a fotorrespiração desintoxica esses subprodutos e os converte em moléculas úteis.
Como os métodos comumente utilizados na busca pelo aumento da produtividade, como pesticidas e irrigação, estão sendo otimizados, a eficiência fotossintética está se tornando a primeira opção para alguns cientistas da área. Isso porque os resultados sugerem um método que poderia ser usado para superar as limitações inerentes da fotossíntese natural para melhorar a produtividade e de outras culturas importantes globalmente, como arroz ou trigo.
Usando o tabaco como modelo de cultivo, os pesquisadores introduziram vias metabólicas não-nativas e sintéticas que reciclaram mais eficientemente os subprodutos da oxigenação da RuBisCO. O tabaco foi usado devido, em parte, à facilidade de manipulação genética, bem como à sua natureza resistente e produção abundante de sementes, o que o torna adequado para fins de pesquisa.
De acordo com os resultados de experimentos em condições de casa de vegetação e no campo sob condições agrícolas, as vias sintéticas levaram a grandes aumentos na biomassa de peso seco. “A planta pode dedicar essa energia ao seu crescimento, em vez de usá-la para metabolizar as moléculas tóxicas”, diz o principal autor do estudo, Donald Ort.
Fonte: Agrolink