Países importadores querem explicações sobre produtos irregulares
A entrada de carne brasileira feita de forma irregular no Paraguai, registrada na semana passada (14 de abril), causou mal-estar nas relações políticas dos dois países e levou o ministro da Indústria e Comércio, Gustavo Leite a afirmar que o país possui o melhor serviço veterinário da região.
O flagrante aconteceu no frigorífico Concepción (norte do país), que recebeu suspensão de importação e exportação de carne, em razão de ter adquirido o produto brasileiro sem a certidão permanente.
O órgão responsável é o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) que identificou e interceptou 180 toneladas de carne bovina oriunda do Brasil que foram apreendidas e destruídas.
De acordo com o presidente da entidade, Hugo Idoyaga, o Senacsa chegou até a irregularidade, após a equipe técnica comprovar que só 40% dos documentos apresentados, referentes a cinco caminhões transportando carnes eram legais.
“O restante têm números que pertenceriam a outras empresas, pelo qual apresentamos a denúncia penal”, informou. Idoyaga acrescentou que o Frigorífico Concepción “tem autorização de comercializar 7 mil toneladas e no entanto estava obtendo uma média de produção de um pouco mais de 17 mil toneladas”.
EFEITOS DIRETOS
O maior comprador de carne bovina do Paraguai, a Rússia, pediu explicações às autoridades locais sobre o fato, tendo em vista que o país é o sexto produtor mundial da matéria-prima e tem como principais compradores, o Chile e o país do Leste Europeu.
Durante entrevista concedida à Rádio, o ministro reforçou que é lamentável a falta de vontade por parte das pessoas encarregadas do frigorífico Concepción em esclarecer o acontecido. “Eles (empresa) não entregaram os despachos para o mês de abril com as licenças de importação do MIC. Se cometerem uma infração, um resumo é feito, a multa é paga e então tudo é reativado “, argumentou.
Leite acrescenta que o Paraguai tem potencial no mercado externo de carne, mas, para que possam conquistar a confiança dos importadores deve existir muita transparência no cumprimento das normas de qualidade e sanidade animal. “Todos nós envolvidos temos que mostrar que queremos resolver essa crise, mas não da boca para fora, mas por meio de ações e comprovações”, concluiu o ministro
Fonte: Correio do Estado