A produtividade do milho no Rio Grande do Sul atingiu níveis considerados inéditos. Apesar de uma redução de 8,3% na área plantada, as estimativas indicam que a colheita poderá render, em média, 6,843 kg por hectare na safra 2015/2016. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Conab.
O 5º levantamento de safra aponta para uma produção total avaliada em cerca de 31 milhões de toneladas no Estado. O indicativo reflete a leve variação positiva de 1,63% sobre os resultados apurados pelo quarto estudo do órgão, realizado nas últimas semanas de dezembro. Deste modo, a safra total gaúcha equivale a 14,7% da produção brasileira de grãos, projetada em 210,269 milhões de toneladas em igual intervalo de tempo.
Neste contexto, o desempenho do milho, na avaliação do superintendente regional substituto da Conab, Ernesto Irgang, é fruto da maior disponibilidade de tecnologia, aliada às boas condições climáticas. “Não houve frio no final de agosto quando iniciou-se plantio e registramos a incidência frequente de chuvas a partir de novembro”, comenta. Irgang também destaca que trata-se de uma cultura instável. Por outro lado, ele constata uma média histórica de produtividade fixada entre 3,5 mil kg e 4 mil kg por hectare. “Ou seja, 6,8 mil kg por hectare representa uma ótima agregação”, complementa.
Na esteira das melhorias, além do milho, o destaque é a estabilidade da soja, que manteve estimativa de safra na casa de 15,2 milhões de toneladas, ou cerca de 15% da produção nacional calculada em 100,9 milhões de toneladas. O montante produzido no Estado representa um incremento de 2,6% sobre o período 2014/2015.
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O trigo, por sua vez, exibe certa recuperação após um longo período marcado por redução de área plantada, queda de produtividade e qualidade. Deste modo, o cereal ostenta a maior queda relativa à área plantada (-24,2%) em razão de problemas e incertezas de ordem mercadológica. A informação, relativa à safra de 2015, inclui uma melhoria na produtividade que agora atinge 1,7 mil kg por hectare. Essa base de comparação é 27,8% superior aos 1,3 mil kg por hectare colhidos na safra anterior. Ainda assim, o superintendente regional substituto da Conab, Ernesto Irgang, afirma que os níveis persistem abaixo das médias históricas que já alcançaram cerca de 2,4 mil kg de trigo por hectare. “É um crescimento sobre uma safra anterior muito fraca em quantidade e, sobretudo, em qualidade”, resume.
No que se refere ao arroz, o cenário não traduz de maneira mais eficiente as condições já esperadas para a quebra na safra. Irgang explica que o estudo manteve a projeção de área em 1,083 milhão de hectares, em razão do atraso de plantio em alguns locais. Segundo ele, em condições bastante atípicas, em pleno mês de janeiro, alguns produtores ainda estavam semeando. Como o plantio fora de época dificulta o manejo, a queda estimada em 8,7% não pode ser considerada definitiva. A tendência, segundo o superintendente, é de que os próximos levantamentos da situação da rizicultura, bastante castigada pelas chuvas na Metade Sul, tomem formas mais consistentes. Em todo o Brasil, a produção estimada para o ciclo agrícola é de 210 milhões de toneladas.
Jornal do Comércio
Autor: Rafael Vigna
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