Milho: exportações frustram e preços despencam. Importações em alta pioram a situação. Qual a tendência?

Desde julho deste ano, estamos evidenciando aqui, no BLOG do DANIEL DIAS, que o segundo semestre e principalmente os primeiros dois meses de 2017 seriam de alta para o milho. Embora os preços tivessem até esboçado uma reação tímida em outubro, em novembro todas as praças pesquisadas registraram quedas nada modestas, entre 3% e 18%.
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Neste nosso novo post, estamos revendo nossas premissas anteriores e, com base nos novos dados de oferta e demanda da safra 2015/16, estamos trazendo um novo prognóstico para 2016/17.
OFERTA E DEMANDA
Mensalmente a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) publica seu tradicional relatório, intitulado Levantamento de Safra. Acompanhe abaixo um resumo dos últimos três Levantamentos de Safra e as principais variações, que mudaram completamente o cenário de alta em que estávamos apostando:
Principais mudanças:
1-) IMPORTAÇÃO: O volume a ser importado pelo Brasil subiu de 1,5 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas entre SETEMBRO deste ano e NOVEMBRO. Uma alta de 68%! Importante ressaltar que aumento das importações são efetivamente, aumento de OFERTA! E quando temos aumento de oferta à tendência natural dos preços é recuarem, principalmente quando coincide com uma retração da demanda.
2-) EXPORTAÇÃO: As exportações não estão “performando” como o mercado esperava. Enquanto as projeções das importações aumentaram 68% em apenas 90 dias, as projeções de exportações cederam 7,5%. E essa combinação de aumento de oferta e diminuição de demanda é cruel para a formação doa preços
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3-) ESTOQUE FINAL: Os estoques de passagem da safra 2015/16 para a safra 2016/17 subiram de 5,45 milhões de toneladas para 7,28 milhões, um aumento de 34,4%! A autonomia de consumo para a virada da safra 2015/16; 2016/17 que eram de 26 dias passou para 37 dias.
CONCLUSÕES:
1-) A 1ª safra foi plantada com êxito e sem nenhum problema climático. Está se desenvolvendo bem com indícios de produtividade elevada. Se não houver nenhum problema climático até a colheita, com os benefícios do La Niña instalado, pode-se dizer que milho não faltará e que as importações deverão estar drasticamente reduzidas em 2017.
2-) As exportações “empacaram” e isso deu fôlego para o consumo interno que não tem mais concorrência na hora de comprar o cereal. Os motivos para a falta de demanda externa tem sido a eleição de Donald Trump, que tem feito com que tradicionais compradores de milho antecipem suas compras temendo possíveis retaliações políticas. Já o segundo fator é a super safra americana. Com os altos estoques e dificuldade de armazenagem interna os EUA estão bem agressivos em fechar negócio e dar vazão à safra nova.
3-) Os primeiros lotes a serem colhidos da safra 2016/17 geralmente são esperados para primeira quinzena de fevereiro. A colheita mesmo toma volume em março. Fica difícil acreditar neste momento que teremos, descontando um problema climático, alguma oportunidade de reversão do ciclo de baixa das cotações. Contra a força da oferta e da demanda não existe cotações que se mantenham. É hora de pensar em fixar a sua safra e principalmente, ficar muito atento aos custos e compromissos a serem contratados para a safrinha.
INFELIZMENTE SOMOS OBRIGADOS A DAR ESTE ALERTA EM UM ANO QUE ESTÁVAMOS CONTANDO COMO CERTO, QUE AS COTAÇÕES DO MILHO DARIAM UM “PRESENTE DE NATAL” PARA OS PRODUTORES. MAS É MAIS HONROSO MUDAR DE OPINIÃO DIANTE DOS FATOS DO QUE “CALAR-SE” COVARDEMENTE.
Sou fã do produtor rural e tenho todo o respeito do mundo com as informações prestadas. A exportação frustrou todas as nossas expectativas!
Vamos que Vamos Agro!!!
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