Em plena pandemia do coronavírus (Covid-19), o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul mantém contrato milionário com uma empresa especializada no fornecimento de som e iluminação para eventos. De acordo com o Portal da Transparência, de R$ 6.411.966,00 empenhados, R$ 3.478.932,00 foram pagos a Ednelson Guerra Niz, proprietário da 7DB Sonorização e Serviços.
O Midiamax entrou em contato com o Governo do Estado em busca de detalhes sobre a despesas, além dos que já estão disponíveis na Transparência, mas até o momento não obteve resposta. Vale lembrar que desde a chegada da pandemia, o Estado tem imposto medidas restritivas para evitar a contaminação, dentre as quais o distanciamento e a proibição de eventos com aglomeração.
O empresário, por sua vez, alega ter contrato com o Governo do Estado desde 2018 e que prestou serviços na realização de diversos eventos executivos e culturais, no entanto, desde o início da pandemia, tem feito apenas solenidades políticas em Campo Grande e no interior, como agendas que têm a participação do governador Reinaldo Azambuja e secretários, mas segundo ele, sem aglomerações.
Sobre os valores recebidos, afirma que segue com contrato em vigor, fornecendo iluminação e som para os mais diversos atos do Estado, e que parte do valor recebido é referente a serviços prestados no passado e que estão sendo pagos agora.
Contratos emergenciais
Já com verba destinada à covid-19 em MS, o Governo do Estado gastou até o início desse ano R$ 41,1 milhões somente com as 15 empresasque mais receberam verbas.
Entre os 15 maiores fornecedores de insumos, equipamentos e até software para o combate à pandemia de Covid-19 em Mato Grosso do Sul, dois já foram alvo de investigação.
No total, o Governo do Estado já gastou R$ 248,2 milhões desde março de 2020, amparado em lei federal sancionada um mês antes. Apenas nos cinco primeiro dias de março de 2021, foram R$ 59,3 milhões, conforme dados apresentados no portal Compras Emergenciais.
Um destes contratos já foi alvo de investigação do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul). E outra empresa, investigada há alguns anos, foi contratada novamente mesmo respondendo a processo da CGE (Controladoria-Geral do Estado).