Nesta terça-feira (12), as negociações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram negativas, com poucos reflexos do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), cujas novidades já eram previstas pelo mercado.
Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, destaca que a queda na CBOT, portanto, foi mais técnica do que baseada em fundamentos. A redução das exportações americanas destacada no relatório foi compensada pelo aumento das exportações da Argentina e do Brasil, sinalizando que a demanda mundial continua aquecida, mas este não foi um ponto de atenção para a CBOT.
Os produtores norte-americanos estão mais reticentes em vender este ano, esperando que o mercado atinja os patamares de US$10,50/bushel para fazer uma melhor margem de operação para a soja. Mesmo com os prêmios, estes patamares não estão sendo alcançados.
O USDA também se mostrou conservador no aumento de demanda interna, mas os Estados Unidos taxaram as importações da Argentina e da Indonésia, de forma que a demanda interna de óleo deve aumentar mais do que as 200 mil toneladas previstas pelo órgão.
Por outro lado, o mercado também aguarda como irá se configurar a situação de seca no Sul da América do Sul, sobretudo na Argentina, que ainda tem 40% da soja a ser plantada.
No Brasil, as negociações giram em torno de R$76 para a soja disponível e R$77 a R$78 para a safra nova. Segundo Brandalizze, essa é uma boa posição. O analista alerta os produtores para que estes não acabem vendendo “na boca da colheita” no próximo ano. Esses valores também são sustentados pelo dólar, que pode sofrer uma queda caso seja aprovada a Reforma da Previdência.
Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas