Planejamento com antecedência foi a principal estratégia dos brasileiros acompanharem a seleção
© Reuters / Carlos Barria
Nem mesmo o período de recessão econômica no Brasil fez com que torcedores deixassem de viajar até à Rússia para acompanhar a seleção brasileira. A Copa do Mundo de 2018 começa nesta quinta-feira (14) e o Brasil é o terceiro país que mais reservou ingressos para assistir aos jogos, segundo o ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
A crise econômica não afastou o sonho do servidor público brasiliense Bruno Madeiro, 27 anos. Ele organiza a viagem à Rússia desde 2017 com um grupo de amigos. “Quando me chamaram para viajar, não pensei duas vezes. Pesquisamos muito e fechamos a viagem. É a primeira vez que consigo assistir a uma Copa do Mundo fora do país”, afirmou. “Nós checamos preços e tentamos ver uma maneira mais barata para chegar até a Rússia. O voo direto custa mais. Compramos trechos. Deixamos de fazer alguns gastos desnecessários para conseguir alcançar esse objetivo”, contou em entrevista ao Metrópoles.
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A compra de passagens com antecedência também foi a estratégia do administrador Rodrigo Teixeira, 36 anos. “Tudo começou com oito amigos que queriam viajar para assistir aos jogos da Copa. Criamos um grupo no WhatsApp e organizamos quase tudo por lá. Agora, somos um time de 16 pessoas”, disse. “Pesquisamos o preço de tudo: passagens, hospedagem, valor do euro etc. Conseguimos comprar meses antes tudo que era necessário e reduzimos os custos pela metade”, disse Teixeira.
Pesquisar os preços de tudo e comparar custo-benefício foi o que fez o torcedor Irineu Saviotti, 34 anos. “Nem sempre a opção de hospedagem mais barata é mais viável. Talvez seja mais interessante conseguir um hotel um pouco mais caro, mas que fica próximo de áreas centrais. Assim, você economiza no transporte e pode caminhar para qualquer lugar”, explicou. “No caso da alimentação, você pode comprar comida e cozinhar no apartamento, caso encontre um para alugar. É possível economizar”, garantiu.
A CEO da companhia de viagens Stella Barros, Renata Franco, revela que cerca de 1,2 mil pacotes para a Rússia foram adquiridos por brasileiros até o momento. “As vendas começaram em março de 2017 e estão dentro das expectativas. Até o momento, o faturamento da edição da Rússia é o maior”, destacou.
De acordo com Renata, os pacotes mais vendidos são para o período da primeira fase e entre a semifinal e a final do torneio. Contudo, a oferta está no fim, pois “não há mais disponibilidade de hotelaria”.
Os preços das viagens variam entre US$ 6 mil e US$ 23 mil. A empresa oferece opções completas e também econômicas.
A agência Agaxtur não informou o volume de viagens vendidas, mas destacou que “a procura ficou dentro do previsto. Continuamos vendendo, inclusive durante a Copa”. “Surpreendeu o número de famílias que estão viajando para ver o Mundial”, disse um dos os representantes da empresa.